segunda-feira, 16 de março de 2015

‘Fora, Dilma’ reúne 210 mil em São Paulo e multidões no país

Multidão vai às ruas contra Dilma e assusta o governo

• SP tem maior protesto após as diretas - Manifestações atingem todo o país - Governo enfrenta panelaço de novo

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO e BRASÍLIA - Protestos contra a presidente Dilma Rousseff levaram uma multidão às ruas das maiores cidades do país neste domingo (15). Os manifestantes fizeram uma vigorosa demonstração de sua insatisfação com Dilma e o PT, partido que governa o país desde 2003. Muitos defenderam o impeachment da presidente.

Em São Paulo, o protesto atraiu 210 mil pessoas para a avenida Paulista, segundo cálculos feitos pelo Datafolha. Foi a maior manifestação política da capital após a campanha das Diretas Já, em 1984. O verde e o amarelo predominaram nas roupas dos que foram às ruas.

Houve protestos em 153 cidades, incluindo as capitais de todos os Estados e Brasília. Estimativas feitas pela Polícia Militar nos Estados ao longo do dia, com critérios menos confiáveis que os do Datafolha, sugerem que as manifestações atraíram 1 milhão de pessoas em São Paulo e cerca de 1,7 milhão nas capitais.

No início da noite, o governo enfrentou novo constrangimento. Moradores de São Paulo e outras cidades foram às janelas de seus apartamentos vaiar, gritar e bater panelas ao ver na televisão o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, destacados pela presidente para comentar as manifestações e defender o governo em entrevista coletiva.

Organizados por vários grupos nas redes sociais, os protestos tiveram reduzida participação de políticos. Líderes partidários foram impedidos de discursar. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu para Dilma a eleição de 2014, apareceu na janela do seu apartamento no Rio e divulgou um vídeo na internet. "Não vamos nos dispersar", pediu.

Na entrevista à noite, Cardozo disse que as manifestações são expressão de espírito "democrático" e que o governo está disposto a "ouvir quem nos critica e quem nos apoia". Os dois ministros defenderam reformas no sistema político e disseram que vão apresentar em breve um pacote anticorrupção, promessa feita por Dilma na campanha de 2014.

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