sábado, 14 de março de 2015

Grupos chamam opositores de 'golpistas'

• 'Protesto pelo impeachment não vamos permitir', diz sindicalista em SP; ex-presidente da Petrobras vai a ato em Salvador

• Embora tenham feito algumas cobranças ao governo, manifestantes saíram em defesa de Dilma em 23 capitais

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SALVADOR, RECIFE e CUIABÁ - Nos atos organizados nesta sexta (13) em 23 capitais, movimentos sindicais e sociais defenderam desde o reajuste da tabela do Imposto de Renda até a ampliação da oferta de crédito pelo governo.

Apesar do tom de cobrança, que incluiu o pedido de revisão de medidas que afetam benefícios trabalhistas, os manifestantes saíram em defesa da Petrobras e do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e chamaram de "golpistas" os que defendem o impeachment da petista.

Na capital paulista, participaram as centrais sindicais CUT, CTB e Nova Central, além do e entidades em defesa dos direitos de sem terra, mulheres, negros e homossexuais.

"Somos a favor de toda manifestação, mas protesto pelo impeachment da presidente nós não vamos permitir", afirmou, em cima do carro de som, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

Em alguns Estados, a defesa da Petrobras e de Dilma foi encorpada pela presença de lideranças petistas locais, como o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Ele participou de protesto em frente a prédio da petroleira em Salvador. Discursos e faixas pediam "respeito à democracia" e ao resultado das eleições.

Em Campo Grande, o deputado e ex-governador Zeca do PT posou com manifestantes segurando um cartaz onde se lia "Golpe Nunca Mais".

A mensagem também apareceu no discurso da vice-prefeita de Curitiba, Miriam Gonçalves (PT), em um carro de som na capital paranaense.

Em várias capitais, manifestantes levaram bandeiras e camisetas da campanha eleitoral de Dilma em 2014. Também foram cantados gritos de guerra exaltando a petista e o ex-presidente Lula.

Pagamento
Em São Paulo, manifestantes relataram à Folha terem recebido "café, almoço e jantar" para estar no ato.

"Ficamos só uma parte. Não precisa ficar até o final", disse a auxiliar de limpeza Gisele Rodrigues, 33, que levou os dois filhos pequenos.

Ela disse que ganhou um apartamento em um sorteio da CUT. "Por isso sempre venho [a atos organizados pela central]. Faz parte do pacote."

Com balões e coletes da CUT, estrangeiros participaram, mesmo sem, aparentemente, saberem quais eram as reivindicações. Disseram ter recebido de R$ 30 a R$ 50.

O pagamento a manifestantes foi criticado pelo grupo Revoltados Online, que realizou protesto em frente ao prédio da Petrobras em São Paulo após a manifestação no local favorável à presidente.

Em defesa do impeachment, o ato reuniu 60 pessoas e atrasou duas horas. Segundo liderança do grupo, a demora deveu-se a uma tentativa de evitar um confronto com os manifestantes pró-Dilma.

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