segunda-feira, 16 de março de 2015

Oposição comemora adesão em massa

• Estratégia é não deixar o clamor das ruas diminuir; líderes vão se reunir para definir próximos passos

- O Globo

BRASÍLIA- Cumprindo a promessa de não ir às ruas ontem, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) publicou um vídeo nas redes sociais comemorando o alcance das manifestações e dizendo que "o caminho só está começando a ser trilhado":

- Depois de refletir muito, eu optei por não estar nas ruas neste domingo para deixar muito claro quem é o grande protagonista destas manifestações. E ele é o povo brasileiro, o povo cansado de tantos desmandos, de tanta corrupção. Mas o caminho só está começando a ser trilhado. Por isso, não vamos nos dispersar! - afirmou no vídeo.

À tarde, Aécio, que preside o PSDB, apareceu na janela de seu apartamento, no Rio, com o filho no colo.

Segundo os líderes da oposição, a estratégia para não deixar esfriar o calor das ruas é centrar fogo nas investigações do petrolão na CPI da Petrobras e assim tentar aprofundar informações sobre uma eventual participação da presidente Dilma Rousseff no escândalo. Além disso, falam em rejeitar o pacote de aumento de impostos e em apoiar outras manifestações que venham a acontecer. Amanhã, eles se reúnem para definir a agenda dos próximos passos.

- As manifestações marcaram o começo do começo do fim. Ouvido o que dirá o governo, detalharemos o planejamento dos próximos passos - disse Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado(GO) disse acreditar que as manifestações não vão parar e que as pessoas foram às ruas dizer não a um governo que insiste em repassar a conta da corrupção para os trabalhadores. Ele criticou ainda a coletiva dada por ministros na tarde de ontem.

-A situação do governo do PT vai ficando insustentável. A população não vai dar sossego nem arrefecer. Os ministros que falaram por Dilma estão desconectados da realidade. Foi extremamente deselegante com todos os brasileiros a definição rasa dos manifestantes como somente pessoas que não votaram nela. Quer dizer que não interessa mais ao governo ouvir 51 milhões de brasileiros em relação às decisões à frente do país?

Líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) disse que o governo da presidente Dilma precisa dar atenção ao movimento que vem das ruas e tornar medidas que deem satisfação à sociedade. Para o peemedebista, ao contrário do que aconteceu em junho de 2013, as pessoas focaram a insatisfação nas ações do Executivo.

- Há um sentimento de insatisfação que pede um rearranjo do ponto de vista político, gerencial. O Congresso é o espelho da sociedade e tem que refletir o sentimento da população. E a presidente prefazer mudanças que satisfaçam a sociedade.

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