sábado, 4 de abril de 2015

Dilma e Levy viajam para 'acertar ponteiros'

• Presidente e ministro da Fazenda vieram a SP no avião presidencial para o velório do filho de Geraldo Alckmin

• Chegada da petista ao salão da cerimônia fúnebre ocorreu minutos antes da entrada de Aécio Neves

Marina Dias, Gustavo Uribe – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Ao decidir viajar a São Paulo para o velório de Thomaz Alckmin, filho caçula do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a presidente Dilma Rousseff convidou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a acompanhá-la no avião.

A viagem foi considerada um "gesto" por auxiliares da presidente e uma oportunidade para que os dois "acertassem os ponteiros", segundo estes assessores. O ministro é amigo de Alckmin e quis prestar-lhe solidariedade.

O convite foi feito quase uma semana depois de o ministro ter dito que a petista tem intenções "genuínas", mas nem sempre "efetivas".

As declarações foram dadas em palestra fechada. Segundo o ministro, foram "tiradas de contexto". Em declaração pública, Dilma disse que ele foi mal interpretado.

Na base aérea do aeroporto de Congonhas, onde desembarcaram, Dilma e Levy foram recebidos pelos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social) e seguiram juntos para o local do velório.

A chegada da petista ao salão da cerimônia fúnebre ocorreu cerca de cinco minutos antes da entrada do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

Os adversários na campanha presidencial do ano passado se cumprimentaram cordialmente, mas não conversaram. Os dois acompanharam um ritual de orações e cantos ao lado do governador e da primeira-dama, Maria Lúcia Alckmin.

Dilma, vestida de blusa preta e blazer cinza, fechou os olhos e rezou.

O salão fúnebre era pequeno e a presidente permaneceu no local por cerca de vinte minutos. Ela abraçou o governador e a primeira-dama e deixou o local.

O senador mineiro permaneceu mais algum tempo no velório. Ao abraçar o governador, ouviu o lamento de Alckmin de que Thomaz havia sido pai de sua última filha há apenas 50 dias.

Sem gravata e com blazer escuro, o governador recebia os cumprimentos das pessoas em pé e em silêncio. A primeira-dama, bastante abalada, permanecia sentada em uma cadeira, com um terço de madeira nas mãos.

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) não compareceram à cerimônia de velório.

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