domingo, 31 de maio de 2015

Presidente da Comissão de Educação da Alerj avalia quebra-quebra na Uerj: 'é um retrocesso'

• Deputado Comte Bittencourt condena desvirtuação de protestos contra crise na universidade e critica falta de comunicação

Renan França – O Globo

RIO — O presidente da Comissão de Educação da Assembleia, Comte Bittencourt (PPS), diz que o episódio na Uerj é um retrocesso. Segundo ele, é lamentável que alguns grupos consigam contaminar movimentos democráticos:

— Isso é um reflexo do estágio atual da educação no nosso país. Alguns movimentos aproveitam a crise na educação, para gerar tumulto e prejudicar as reivindicações democráticas. O episódio na Uerj me lembrou as manifestações de junho de 2013. Na ocasião, uma minoria conseguiu esvaziar as manifestações legítimas que a população ensejava.

O deputado estadual lembrou que o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, foi convocado mais de uma vez para audiências públicas na universidade para prestar esclarecimentos sobre a faculdade:

— Recebo informações de que há um hiato entre alunos e a reitoria. A falta de comunicação também contribui para um ambiente ainda mais carregado.
O deputado federal Saraiva Felipe, presidente da Comissão de Educação da Câmara, faz coro:

— Estamos vivendo uma balbúrdia. Em qualquer ranking mundial de educação, o Brasil se encontra sempre mal posicionado. Isso serve de combustível para que grupos extremos se infiltrem em manifestações legítimas e destruam o movimento. Há também um problema de transparência no ambiente educacional. O Ministério da Educação, por exemplo, não se comunica de forma clara sobre o contingenciamento de despesas. O que esperar então das universidades que estão subordinadas ao órgão?

O professor emérito da Universidade de Brasília Isaac Roitman afirma que a educação brasileira está uma tragédia e que o reflexo do que ocorre na graduação começa desde a educação básica:

— Apenas a pós-graduação está em um nível aceitável. O que ocorreu na Uerj reflete o ambiente caótico no qual alunos, professores e diretores de ensino estão inseridos. Há muito discurso retórico e pouca transformação.

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