quinta-feira, 30 de julho de 2015

Líderes do PMDB querem saída de Volpon, do BC

Maria Lima – O Globo

• Serra quer que caso de diretor que antecipou voto seja analisado no Senado

BRASÍLIA - No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reuniu para decidir sobre a elevação da taxa básica de juros, lideranças do PMDB bombardearam o diretor da área externa do Banco Central, Tony Volpon, acusando-o de ter antecipado seu voto durante encontro com investidores em São Paulo. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), pediu a demissão do diretor e anunciou que irá apoiar a decisão do senador José Serra (PSDB-SP) de encaminhar o caso para análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Segundo o jornal "Valor Econômico", em apresentação pública a investidores, Volpon declarou: "Pessoalmente, vou votar para o aumento de juros até que a nossa projeção esteja de maneira satisfatória apontando para o centro da meta." Em meio à polêmica, o diretor se absteve de participar da reunião de ontem.

- Esse diretor do Banco Central precisa ser investigado e demitido. Antecipação de voto em uma decisão que mexe com a economia e com Bolsa de Valores não pode ser tratada com tamanha irresponsabilidade - cobrou Eunício Oliveira, concordando com a discussão do caso na CAE.

Terça-feira, Serra criticou Volpon em artigo na "Folha de S.Paulo", acusando-o de desrespeitar o rito da autoridade monetária. "O Copom não é lugar para amantes da vuvuzela. Justificativas posteriores baseadas em teorias arcanas ou "eu quis dizer outra coisa" não cabem".

O BC disse que a declaração não implicou antecipação de voto e, por ser pública, "não representou vantagem competitiva ou informação privilegiada". Segundo o BC, a manifestação correspondeu "à exposição da convicção técnica" em um procedimento operacional mediante o qual as decisões sobre juros "são tomadas com fundamento em projeções da inflação futura".

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