terça-feira, 28 de julho de 2015

PSDB vai usar horário de TV para apoiar manifestações anti-Dilma

Raquel Ulhôa - Valor Econômico

BRASÍLIA - Em uma mudança de postura, o PSDB vai convidar a população a participar das manifestações de rua contra a presidente Dilma Rousseff. A convocação será realizada na semana anterior aos protestos, por meio das inserções comerciais do partido na televisão, que começam nesta terça-feira. A primeira etapa dos comerciais será utilizada para mostrar unidade das principais lideranças do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Geraldo Alckmin (SP), o senador José Serra (SP) e o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG).

"Nosso esforço nessa relargada no segundo semestre é mostrar uma grande sintonia entre as principais lideranças do PSDB. Mostrar que somos um conjunto de pessoas que podem divergir em determinada estratégia, mas absolutamente sintonizados com o sentimento das ruas", disse Aécio nesta segunda-feira em Brasília.

O presidente do PSDB disse ainda não ter decidido se participará das manifestações por temer passar a impressão de tratar-se de um movimento partidário.

Mas afirmou que o PSDB vai estimular a participação de suas lideranças e das pessoas "indignadas" ou "arrependidas" do voto em 2014. "Estamos fazendo isso acessoriamente. Não assumindo a paternidade ou o protagonismo das manifestações. Mas, se nós desconsiderarmos que elas existem, estaremos fugindo da realidade. Estaremos com inserções a dez dias das manifestações. A cobrança de eleitores ligados a nós é enorme", disse.

Presidência
O tucano voltou a dizer que o debate sobre o impeachment depende das ações do governo e que "o que vai acontecer em relação à presidente Dilma dependerá mais dela e do governo do que das oposições".

Aécio aproveitou para dizer, pela primeira vez, que só considera legítimo um presidente eleito pelo voto popular. "Eu, pela primeira vez, digo que, se um dia tiver oportunidade de ser presidente da República, será pelo voto. Não será por outro caminho."

Cunha
Com relação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador definiu como "aproximação de pautas e de interesse" o que existe entre o PSDB e o deputado, citado por um delator como envolvido no esquema de corrupção da Petrobras, investigado pela Polícia Federal na operação Lava-Jato.

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