sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Roberto Freire - Vamos às ruas por um novo Brasil!

Quando quase dois milhões de brasileiros tomaram as ruas do país no histórico dia 15 de março, mais de um milhão apenas na Avenida Paulista, o governo de Dilma Rousseff recebeu um claro e inequívoco recado de uma nação cansada de tantos desmandos e de tamanha incompetência. Neste domingo, 16 de agosto, a voz das ruas se fará ouvir novamente, em defesa da democracia, das instituições republicanas e das investigações que vêm desbaratando os tentáculos da corrupção instalada no seio do poder sob o comando do PT.

Neste momento, a presidente da República vive um isolamento ainda maior do que há alguns meses e é rejeitada pela esmagadora maioria da população, que defende sua saída do cargo. Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, 71% dos brasileiros reprovam o atual governo, enquanto 66% são favoráveis à intervenção constitucional do impeachment. Enfraquecida, Dilma assiste passivamente ao recrudescimento da crise econômica, refletida na volta da inflação e no aumento do desemprego. Inepta para exercer o mais elevado cargo da República e incapaz até mesmo de reorganizar a outrora monumental base aliada no Congresso, a petista comanda um governo que já não governa, pois perdeu a autoridade política e moral.

Ao contrário do que afirmam os áulicos do lulopetismo, não são “golpistas” os que irão às ruas no próximo domingo ou os dois terços da população brasileira que pedem o impeachment. Como todos sabemos, o impedimento do presidente da República é um instrumento previsto na Constituição, regulamentado por lei e já foi utilizado uma vez em nossa democracia, em 1992, com o apoio entusiasmado do PT, quando Fernando Collor teve o mandato cassado pelo Congresso. Infelizmente, o Fiat Elba que derrubou o então presidente, pago com dinheiro sujo proveniente de uma conta-fantasma do tesoureiro de sua campanha, deu lugar a uma “frota” completa nos tempos de Lula e Dilma, diante da imensidão dos escândalos que marcam os 13 anos do PT no comando do país.

As semelhanças entre o momento atual e os estertores do governo Collor são tão evidentes que, coincidentemente, foi o próprio ex-presidente, antigo adversário convertido em fiel aliado do PT, quem se encarregou de passar uma reprimenda em Dilma. Segundo relatos divulgados pela imprensa, Collor teria desabafado durante o jantar que a petista ofereceu a alguns senadores aliados no Palácio da Alvorada: “A senhora foi legitimamente eleita, mas eu também fui”. Não deixa de ser emblemático, afinal, que Dilma Rousseff tenha junto a si, lhe dando lições, um ex-governante cassado por corrupção.

O colapso econômico brasileiro, provocado pela irresponsabilidade dos governos de Lula e Dilma e que se agravará de forma irreversível, cobra um preço altíssimo dos trabalhadores mais pobres, das famílias endividadas e dos setores produtivos. Cada vez mais, a sociedade parece formar um consenso de que somente com um novo governo o país pode sair do atoleiro em que se encontra. Na prática, o processo de impeachment já foi deflagrado e deve se aprofundar após as manifestações deste domingo.
 
Chegou a hora de o Brasil se levantar contra a corrupção, o aparelhamento do Estado, a dilapidação do patrimônio nacional. Vamos todos às ruas pela democracia, pelo bom funcionamento das instituições, por um novo país que emergirá da crise. Os brasileiros não suportam mais o desgoverno, o descalabro, o desmantelo e o velho discurso que nos divide com base no ódio e no rancor. Em paz, com alegria e coragem, sem ódio e sem medo, movidos por um sentimento de união, manifestaremos nossa indignação e daremos boas-vindas aos novos caminhos pelos quais a nação construirá seu futuro.
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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS

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