sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Com impasse no PMDB, Dilma diz a Temer que adiará anúncio de reforma

Gustavo Uribe, Valdo Cruz e Natuza Nery – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Sem conseguir resolver um impasse interno no PMDB pela indicação de ministérios, a presidente Dilma Rousseff avisou ao vice-presidente Michel Temer que vai adiar para a semana que vem o anúncio da nova configuração da Esplanada dos Ministérios.

A petista informou a decisão em reunião nesta quinta-feira (24) no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

O Palácio do Planalto tem encontrado dificuldades para acomodar os ministros aliados do vice-presidente. Para solucionar o impasse, a presidente considera abandonar a fusão entre Aviação Civil e Portos.

A ideia é manter Eliseu Padilha no primeiro ministério e transferir para o segundo o ministro Helder Barbalho (Pesca), cuja pasta deve ser extinta na nova configuração ministerial.

No início da semana, no entanto, a presidente havia oferecido o novo Ministério da Infraestrutura para a bancada do partido na Câmara dos Deputados.

A possibilidade da petista não fundir as pastas e entregar Aviação Civil e Portos para aliados do vice-presidente irritaram o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ).

Ele ameaçou, inclusive, retirar as indicações da bancada peemedebista para o Ministério da Saúde caso a presidente não volte atrás na decisão.

Em um aceno ao mercado, a petista também avalia manter o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento), que criticou recentemente as medidas do pacote fiscal que diminuem os repasses ao Sistema S e reduzem a alíquota de abatimento do Reintegra.

A pasta chegou a ser oferecida ao PMDB do Senado Federal, que a recusou e passou a reivindicar a Integração Nacional.

Ela estuda também fundir as pastas do Trabalho, Previdência Social e Desenvolvimento Social e extinguir Micro e Pequenas Empresas.

Em uma tentativa de estancar a crise política, a presidente prometeu entregarcinco ministérios ao PMDB, entre eles o da Saúde para garantir o apoio da sigla a seu governo e evitar que dissidentes apoiem o impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados.

A avaliação do Palácio do Planalto, no entanto, é de que o aceno ao PMDB dá fôlego momentâneo ao governo federal, mas não afasta a possibilidade de ser aberto um processo de afastamento da petista

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