quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Governadores do PMDB defendem mais tributos

• Mudança no modelo do pré- sal é sugerida em reunião com Temer

Fernanda Krakovics e Simone Iglesias - O Globo

- BRASÍLIA- Durante reunião na noite de terça- feira do vicepresidente Michel Temer com ministros, governadores e congressistas do PMDB, os governadores do partido defenderam aumento ou criação de impostos para resolver problemas econômicos dos estados, mas o vice- presidente Michel Temer e lideranças peemedebistas da Câmara e do Senado afirmaram que há dificuldade para aprovar aumento da carga tributária. Na reunião, os temas que tiveram mais consenso foram a necessidade imediata de uma reforma da Previdência e de cortar gastos.

Pauta contra déficit
Peemedebistas também afirmaram que as sugestões para resolver a previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento da União, como as desgastantes propostas de aumento de impostos, têm que partir do governo, e não do Congresso nem do PMDB.

— Precisamos de uma pauta para tirar o país da crise, para tirar os estados da situação difícil em que se encontram. Precisamos evitar o efeito dominó, a crise já atingiu o Rio Grande do Sul. Precisamos de dinheiro na praça. Nos Estados Unidos, o Obama investiu recursos do Tesouro nos bancos. Precisamos de sugestões não no sentido de desafiar o Poder Executivo, mas de levar à presidente Dilma um clamor efetivo — disse o governador de Rondônia, Confúcio Moura.

Como alternativa para cobrir o rombo nas contas públicas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o líder do PMDB na Casa, Leonardo Picciani ( RJ), defenderam ontem a volta do sistema de concessão para a exploração do pré- sal, em vez do sistema de partilha, aprovado durante o governo Lula. Picciani deverá apresentar um requerimento de urgência para fazer a alteração e Cunha se comprometeu a colocá- lo em pauta na próxima semana.

— Essa mudança traria recursos para o governo sem ônus para a sociedade — defendeu o presidente da Câmara.

O clima do jantar foi de reclamação em relação ao governo federal e de pessimismo com a economia do país. Parte dos governadores defendeu a volta da CPMF e o aumento da Cide, contribuição que incide sobre a venda de combustíveis. Um dos governadores a fazer um apelo aos peemedebistas para que apoiassem a CPMF foi Renan Filho, de Alagoas, que teve a opinião refutada pelo pai, o presidente do Senado, Renan Calheiros ( AL).

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