sábado, 10 de outubro de 2015

Aliada de Renan definirá trâmite de contas

• Senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) preside comissão do Congresso que vai analisar caso

Mariana Haubert – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Depois de sofrer sucessivas derrotas nesta semana com o adiamento de votações no Congresso e a rejeição das contas do governo pelo TCU (Tribunal de Contas da União), o Palácio do Planalto deve voltar suas atenções agora para a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), aliada do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

É ela quem vai definir, nos próximos dias, o relator responsável pela análise do parecer do TCU no âmbito da Comissão Mista de Orçamento do Congresso.

Isso porque a decisão do tribunal, para ter efeitos práticos, precisa ser referendada pelos parlamentares.

Se o Congresso mantiver a reprovação às contas, além de ver o movimento pró-impeachment ganhar força, Dilma poderá ficar impedida de disputar eleições futuras.

Peemedebista histórica, Rose é uma das poucas mulheres do partido que têm acesso direto à cúpula da sigla. Fiel escudeira de Renan muito antes de ser eleita senadora, Rose se reuniu com o peemedebista na noite da última quarta (7) para discutir o trâmite do processo de análise das contas de Dilma.

Como presidente da comissão de Orçamento, ela será responsável por conduzir o processo de tramitação do parecer do TCU na primeira instância do Legislativo. A peemedebista também controlará o cumprimento de prazos no colegiado –ela já afirmou não ter a intenção de postergar a análise do caso.

A definição de que os prazos serão estritamente cumpridos foi tomada em conjunto com Renan. Os dois voltaram a se encontrar na quinta (8) para discutir o tema.

Apesar de pertencer ao mesmo partido do vice-presidente da República e líder nacional da sigla, Michel Temer, Rose apoiou abertamente a eleição ao Planalto do então adversário da chapa petista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), no ano passado.

À época, Rose chegou a justificar seu posicionamento afirmando que Temer não era candidato, porque não existia eleição para vice.

Trajetória
Nascida no município mineiro de Caratinga, Rose construiu toda a sua trajetória política no Espírito Santo, por onde se elegeu deputada federal por seis mandatos. Ascendeu ao Senado no ano passado, tornando-se a primeira mulher eleita para o cargo pelo Estado.

Em 2011, chegou à vice-presidência da Câmara na chapa do deputado Marco Maia (PT-RS). Era a primeira mulher a assumir um cargo na Mesa Diretora da Casa em 188 anos.

Dois anos depois, Rose concorreu à presidência da Casa, tendo como adversário seu correligionário, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que acabou vencendo a disputa. Na época, ela foi acusada de distribuir panfletos anônimos com denúncias contra o adversário.

Professora e jornalista formada, Rose tem 66 anos. Começou a carreira política como deputada estadual pelo PMDB, em 1983. Quatro anos depois, foi eleita deputada constituinte. Em 1988 ajudou a fundar o PSDB, onde permaneceu até 2003, antes de voltar ao seu partido de origem.

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