terça-feira, 13 de outubro de 2015

Mercado espera inflação de 9,70% e recuo de quase 3% do PIB em 2015

Por Gabriel Caprioli – Valor Econômico

SÃO PAULO - As perspectivas do mercado financeiro para a trajetória da inflação continuaram a se deteriorar na semana passada, após a piora no resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em setembro. De acordo com o boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC), a projeção para o indicador acumulado nos próximos 12 meses subiu de 6,11% para 6,24%, pela quinta semana seguida. Já a estimativa para o encerramento do índice neste ano avançou de 9,53% para 9,70%.

O IPCA acelerou para 0,54% em setembro e ficou ligeiramente acima da expectativa média do mercado apurada pelo Valor Data. Em 12 meses, a inflação acumulou avanço de 9,49% e, para os economistas, deve continuar acelerando em outubro.

Para 2016, as cerca de cem instituições financeiras que alimentam o Focus semanalmente elevaram a estimativa para o IPCA de 5,94% para 6,05%, na 10ª revisão para cima.

Mesmo com as projeções de inflação maior, os analistas consultados pelo BC acreditam que a Selic deve fechar 2015 em 14,25%, sem alteração. Para 2016, o mercado elevou a projeção para a taxa de juros de 12,50% para 12,63%.

No caso do desempenho da economia, a perspectiva é de contração de 2,97% neste ano, em vez de 2,85%, e de queda de 1,20% em 2016, no lugar de recuo de 1%.

Embora o dólar tenha recuado no encerramento da semana passada, os analistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a moeda americana em R$ 4 no encerramento de 2015. Para a taxa no ano que vem, os analistas do Focus elevaram a previsão de R$ 4 para R$ 4,15.

A despeito do impacto para a inflação, o câmbio deve fortalecer as exportações. A projeção para o superávit da balança comercial subiu de US$ 12 bilhões para US$ 12,99 bilhões, valor ainda abaixo do estimado pelo Minist ério do Desenvolvimento (US$ 15 bilhões). Para o ano que vem, a projeção para o saldo comercial positivo também subiu de US$ 24 bilhões para US$ 25 bilhões.

Entre as instituições que mais acertam as previsões — Top 5 —, a previsão para o aumento do IPCA em 2015 foi ajustada para baixo, de 9,66% para 9,61% pela mediana de médio prazo. Para 2016, a estimativa passou de 6,46% para 6,72% de aumento. Em relação à Selic, as instituições Top 5 mantiveram a projeção de 14,25% para 2015 e reduziram de 12,38% para 12,13% em 2016.

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