quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Indústria recua 10,9% em um ano, pior queda desde abril de 2009

Produção industrial cai 1,3% em setembro e tem recuo de 7,4% no ano

Por Robson Sales – Valor Econômico

RIO - (Atualizada às 9h54) A produção industrial diminuiu 1,3% em setembro na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Foi o quarto resultado negativo seguido da indústria, que acumulou nesse período perda de 4,8%. Em agosto, a produção caiu 0,9% ante julho (dado revisado). As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os 22 economistas consultados pelo Valor Data esperavam retração de 1,4%, em média. O intervalo das estimativas era de recuo de 2% a retração de 0,4%.

Na comparação com setembro de 2014, a produção industrial brasileira caiu 10,9%. É a primeira redução de dois dígitos no ano e a maior nessa comparação desde abril de 2009, quando a atividade nas fábricas recuou 14,1%. Nessa comparação, é também o pior setembro da série, iniciada em 2003. Na média, os economistas esperavam queda de 11,2%.

Ainda nesse tipo de confronto, 24 de 26 segmentos da indústria registraram baixa. Houve recuo em 68 dos 79 grupos e em 76,8% dos 805 produtos pesquisados.

"Os índices do setor industrial foram negativos tanto para o fechamento do terceiro trimestre de 2015 (-9,5%), como para o acumulado dos nove meses do ano (-7,4%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, com o recuo de 6,5% em setembro de 2015, assinalou a perda mais intensa desde dezembro de 2009 (-7,1%) e manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%)", destacou o IBGE em nota.

Categorias econômicas
A comparação entre setembro e agosto mostrou alta de 1% na produção de bens de capital, já com ajustes sazonais. Na mesma base de comparação, a produção de bens intermediários caiu 1,3%, enquanto a de bens de consumo duráveis recuou 5,3% e a de semi e não duráveis avançou 0,5%.

Em relação a setembro de 2014, a produção de bens de capital recuou 31,7%, a de bens intermediários caiu 7,2%, ao passo que a produção de bens de consumo duráveis recuou 27,8% e a de semi e não duráveis caiu 7,4%.

Veículos
A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias teve forte queda em setembro e influenciou o resultado médio da indústria brasileira, segundo o IBGE.

Ante agosto, o recuo nesse segmento foi de 6,7%, o segundo consecutivo, acumulando nesse período perda de 15,9%. Na comparação com o setembro do ano passado, o tombo foi de 39,3%.

Também influenciou, na comparação, anual, o fato de setembro de 2015 ter tido um dia útil a menos (21) do que igual mês do ano anterior (22).

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