domingo, 13 de março de 2016

Protestos medem força de movimento por impeachment

Manifestações testam peso das ruas na pressão pela saída de Dilma

• Atos previstos para este domingo em todo o Brasil deverão ser determinantes para a era petista no governo federal

Pedro Venceslau – O Estado de S. Paulo

Um ano após a primeira grande manifestação contra a segunda gestão da presidente Dilma Rousseff, milhares de brasileiros prometem voltar neste domingo, 13, às ruas para pedir o fim da era petista no Palácio do Planalto, iniciada em janeiro de 2003 com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, que também será um dos alvos dos protestos.

Desde março do ano passado, a presença dos grupos antipetistas e antigovernistas nas ruas têm mantido sob pressão a presidente, o Congresso Nacional, o Judiciário, o Ministério Público e os partidos políticos, além de obrigar as forças favoráveis a Dilma e ao PT a defendê-la em manifestações pró-governo.

Desta vez, no entanto, o termômetro do afastamento indica um quadro crítico para a presidente também na esfera da política. O PMDB dá fortes sinais de que pode abandonar a coalização governista e a oposição, titubeante em março de 2015, aderiu de vez à campanha pela queda da petista e neste domingo promete engrossar os protestos nas ruas, ainda que dividida entre a pertinência do afastamento via impeachment no Congresso e a cassação do mandato de Dilma pela Justiça Eleitoral, o que obrigaria a realização de novas eleições. “Com Michel Temer seria mantido o mesmo esquema de poder”, diz o tucano Xico Graziano, do Instituto FHC.

Outro aspecto importante das manifestações deste domingo é o impacto que elas terão no futuro de Lula, investigado pela Lava Jato. O ex-presidente trava uma intensa luta na opinião pública contra a força-tarefa da operação e o Ministério Público de São Paulo. Ele aguarda o desfecho deste dia para decidir se aceita ou não um cargo no Ministério de Dilma.

“Após lenha na fogueira, Lula sai fortalecido”, diz Celso Marcondes, do instituto mantido pelo ex-presidente petista. Por tudo isso e pelos temores de conflitos de grupos pró e antigoverno, o saldo desta nova rodada de protestos deverá ser determinante para o futuro de Dilma e da era petista no Planalto.

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