terça-feira, 31 de maio de 2016

Aliados pressionam e depois elogiam demissão de Silveira

• Parlamentares da base, ao longo do dia, afirmaram que manter ministro seria danoso

Maria Lima, Eduardo Bresciani - O Globo

-BRASÍLIA- Aliados pressionaram o presidente Michel Temer pela demissão do segundo ministro em menos de 20 dias de governo. Depois, elogiaram a decisão do governo interino. Ao comentar o afastamento do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, os senadores destacaram a diferença de comportamento de Temer em relação aos governos do PT, quando a presidente afastada Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula insistiam em manter os ministros acusados de mal feitos no cargo até que a situação ficasse insustentável.



Durante o dia, os líderes de dois partidos que integram a Esplanada de Temer, PV e DEM, foram a público defender a saída de Silveira. À noite, após o anúncio da demissão, eles comemoraram:

— A tarefa mais complexa do presidente Temer, hoje, é conquistar credibilidade. Esse fato, decorrente das gravações, minaria a escassa credibilidade que existe atualmente no governo provisório. Nos dois casos, do Jucá e do Fabiano, o presidente agiu com rapidez, muito diferente dos governos anteriores — disse o líder do PV no Senado, Álvaro Dias (PR).

O líder do DEM, Ronaldo Caiado, afirmou que Temer precisa adotar sempre esse padrão de “não transferir problemas individuais para o governo”.

— O ministro já não tinha condições e a sociedade não vai admitir qualquer retrocesso na investigação de desvios de integrantes do governo. Temer precisa adotar sempre esse padrão de afastar e de não transferir problemas individuais para o governo. Só assim terá tranquilidade para tirar o País desse momento difícil — afirmou Caiado, por meio de nota.

O senador Ricardo Ferraço disse que Temer não tinha saída e sua decisão foi movida pelo bom senso.

— Problema que dorme sem solução amanhece maior — elogiou Ferraço.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que saída de Fabiano Silveira do Ministério da Transparência era “previsível”.

— Era bastante previsível pelo que aconteceu hoje (ontem). A rejeição dos servidores em relação à gravação e também às outras mudanças na CGU — disse a senadora.

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