sábado, 21 de maio de 2016

Temer anunciará medidas para reduzir rombo fiscal em discurso

Gustavo Uribe, Valdo Cruz – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Pressionado pelo mercado financeiro a apresentar rapidamente saídas para equilibrar o deficit fiscal, o presidente interino Michel Temer aproveitará discurso na próxima segunda-feira (23) para anunciar medidas econômicas para aumento da arrecadação e redução das despesas e corte de gastos.

Em entrevista à imprensa, no Palácio do Planalto, o peemedebista explicará como tentará reduzir orombo de R$ 170,5 bilhões das contas públicas, anunciado nesta sexta-feira (20). Segundo assessores e auxiliares, ele detalhará iniciativas como o estabelecimento de um teto de gastos, o corte de cargos comissionados e o descontingenciamento de recursos orçamentários.



O tom do discurso será a necessidade de realizar ajustes na máquina pública para melhorar a situação fiscal. O objetivo é sinalizar tanto ao mercado como à sociedade que o governo interino não está parado e tentará fazer o país voltar a crescer.

A expectativa é que o presidente interino também detalhes medidas que serão enviadas ao Congresso Nacional em curto e médio prazos, como as reformas previdenciária e trabalhista, e apresente faça um esclarecimento público para mostrar o que a equipe do peemedebista chama de "inventário de problemas" herdados do governo anterior.

A ideia avaliada é apresentar a real dimensão do rombo fiscal do país, o quadro de dificuldade econômica de pastas e secretarias e elencar gastos e despesas sem receita feitos no apagar das luzes do governo petista.

O discurso foi discutido nesta sexta-feira (20) pela junta orçamentária do governo interino. No final de semana, o peemedebista se reunirá com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá (Planejamento), na capital paulista, para fechar os últimos detalhes do pronunciamento.

Como o presidente interino teme um desgaste neste momento com um aumento da carga tributária, a estratégia será criar uma narrativa pública que justifique uma iniciativa neste sentido.

A ideia é reforçar o discurso de que o quadro econômico é grave e que serão necessárias medidas amargas para estabilizar a economia e voltar a gerar emprego.

A proposta é que, após o discurso, o vice-presidente leve pessoalmente ao Congresso Nacional a proposta de mudança da meta fiscal. Ele, no entanto, ainda não decidiu se irá.

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