quinta-feira, 16 de junho de 2016

Delator liga Temer a esquema de propina em empresa da Petrobrás

• Sérgio Machado diz que presidente em exercício lhe pediu R$ 1,5 milhão para campanha de Gabriel Chalita em 2012 • Ex-presidente da Transpetro cita repasses a outros 24 políticos e ‘mensalão’ para o PMDB • É a 1ª vez na Lava Jato que Temer é vinculado a recursos ilícitos

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado vinculou Michel Temer a esquema de propina que vigorou por dez anos na empresa, que pertence à Petrobrás. Em delação premiada, ele citou repasses a pelo menos 25 políticos de sete partidos (PMDB, PSDB, PT, PP, DEM, PSB, PCdoB). Sobre o presidente em exercício, disse que ele pediu R$ 1,5 milhão em 2012 para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo. É a primeira vez na Operação Lava Jato que Temer é associado a captação de recursos ilícitos. Machado ainda afirmou que uma doação de R$ 40 milhões feita pela JBS fez Temer reassumir a presidência do PMDB para poder “controlar a destinação” do dinheiro. Ao todo, Machado diz ter pago R$ 100 milhões por meio de um “fundo de propinas”, que usava conta na Suíça. Entre 2008 e 2014, o delator também teria dado de R$ 200 mil a R$ 300 mil mensais a Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e Edison Lobão. O tucano Aécio Neves é acusado de receber R$ 1 milhão em espécie e repassar valores a 50 deputados em 2008 em troca de apoio para ser eleito presidente da Câmara.

Em delação homologada pelo Supremo, Sérgio Machado diz que o presidente em exercício solicitou a ele um repasse de R$ 1,5 milhão em 2012 para a campanha de Gabriel Chalita


Delator vincula Temer a propinas na Transpetro

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado vinculou em sua delação premiada o presidente em exercício Michel Temer a um esquema de propinas que, segundo ele, vigorou por cerca de dez anos na subsidiária de logística da Petrobrás. Em colaboração de246 páginas homologada no Supremo Tribunal Federal, Machado relatou ter feito um repasse a pedido do presidente em exercício –além de ter abastecido com recursos de propina ao menos outros 24 políticos de sete partidos (PMDB, PSDB, PT, PP, DEM, PSB, PC do B). Sobre Temer, disse que, em 2012, o presidente em exercício lhe pediu R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita– na época no PMDB – à Prefeitura de São Paulo. 

Nas investigações da Lava Jato, é a primeira vez que o presidente em exercício é associado diretamente à captação de recursos ilícitos. A menção a Temer causou tensão no Planalto, que classificou de “absolutamente inverídica” a versão de Machado. Chalita disse que nunca pediu recursos para o ex-presidente da Transpetro. Ao todo, o delator afirma ter pago R$ 100 milhões em propinas de 2004 a 2014. 

O dinheiro, segundo Machado, era pago por meio de um “fundo de propinas” administrado por ele. Ex-senador pelo PSDB do Ceará, o ex-presidente da Transpetro definiu em 60% a sua “taxa de sucesso” ao atender aos pedidos dos políticos. 

Ele citou também em sua delação nomes da cúpula da política nacional. Disse que pagou durante quatro anos, até 2014, uma espécie de mensalão para peemedebistas, beneficiando o senador Edison Lobão (MA); o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL); o senador Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney (MA). 

Estes três últimos foram alvo de gravações feitas por Machado. O ex-presidente da Transpetro afirmou ainda em sua colaboração que a eleição de Aécio Neves(MG) para a presidência da Câmara em 2001 envolveu propina para 50 deputados e que o próprio Aécio teria recebido, na época, R$ 1 milhão em espécie. O tucano e os peemedebistas rechaçaram as acusações.

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