quinta-feira, 23 de junho de 2016

Renan acha inusitado tantos pedidos para afastar Janot

• Jovem de 21 anos protocola o décimo; Temer diz que solicitações contra procurador-geral não devem prosperar

Cristiane Jungblut - O Globo

BRASÍLIA - No mesmo dia em que o presidente interino Michel Temer declarou que os pedidos de afastamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não devem prosperar, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o Senado agirá “com responsabilidade” nestes casos, mas considerou “inusitado” que tantos pedidos de impeachment do chefe do Ministério Público sejam apresentados no Senado. Nos bastidores, Renan foi aconselhado pela cúpula do PMDB a baixar o tom em relação aos pedidos de afastamento de Janot. Ele esteve com o próprio Temer em jantar na noite de anteontem.

Renan já comunicou à cúpula do PMDB que não vai dar prosseguimento ao penúltimo pedido, apresentado por duas advogadas.


Como o site do GLOBO informou ontem, Renan enviou o pedido para a Advocacia Geral do Senado, mas, ao receber o parecer, deve se considerar inepto para tomar uma decisão por ter sido citado no caso.

— O inusitado é que estão chegando outros pedidos. Do ponto de vista do Senado, que não faz parte da crise e é sim a solução, vamos ter total responsabilidade com isso e não vamos desbordar do nosso papel constitucional — afirmou Renan, reafirmando que não quis ameaçar o procurador-geral.

O Senado já recebeu dez pedidos de afastamento de Janot, sendo que quatro foram arquivados. O mais recente foi apresentado ontem por um jovem de 21 anos: Gustavo Haddad Braga. No pedido, o autor diz ter considerado um “fato gravíssimo” Janot ter pedido a prisão de dois senadores: Renan e Romero Jucá (PMDB-RR). E afirma que Renan não deve se considerar impedido “por mero temor de passar a imagem de vindeta” (na verdade, vendeta ou vingança).

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