sábado, 2 de julho de 2016

Eduardo Giannetti: O profeta analítico

• A partir de um olhar utópico e prospectivo, economista se propões a analisar os elos do Brasil com o mundo e os traços que distinguem seu povo

Por Cristiane Barbieri – Valor Econômico / Eu & Fim de Semana

SÃO PAULO - "O tempo decanta o passado", escreve Eduardo Giannetti, na primeira linha de "Trópicos Utópicos - Uma Perspectiva Brasileira da Crise Civilizatória". A frase abre alas para a análise histórica da qual se ocupará parte de sua mais recente obra, lançada nesta semana. Mas, também, poderia ser usada para descrever o processo de elaboração do livro. Afinal, diz o economista, a longa gestação "se confunde com tudo o que vi, li e ouvi desde quando me dei por gente".

Diferentemente do que se poderia esperar, porém, "Trópicos Utópicos" não se divide em vários volumes e muitas centenas de páginas. Toda a experiência de seus 59 anos de idade se resume a 160 delas. "Estou superansioso", diz Giannetti, ao perguntar à repórter se ela havia lido o livro, logo depois de se servir no bufê de saladas neste "À Mesa com o Valor". "Pouquíssima gente leu e esse é um trabalho muito solitário."

Sim. O livro havia sido lido em alguns dias, mas dependendo do leitor, poderá levar semanas. Não pelo texto que, como em suas outras obras, é leve e fluido. Mas pela consistência: o livro é curto porque as palavras parecem cirúrgicas e exatas e cada frase pode levar a reflexões profundas - concordando-se ou não com o que Giannetti pensa - sobre diferentes temas. É possível ficar horas digerindo-o. O tempo fez bem seu trabalho de decantação e ele sorri ao ouvir a avaliação, enquanto corta sua salada. Mas não parece menos ansioso.

Há motivo para isso. Como obra de uma vida, "Trópicos Utópicos" traz vários temas que Giannetti não havia conseguido abordar em seus livros anteriores. "Não tive peito antes ou porque não estava me sentindo amadurecido ou porque não havia encontrado um jeito de incluir esses assuntos", diz. Estão lá, por exemplo, o que ele pensa sobre Deus, sobre religiosidade, sobre sustentabilidade ambiental e sobre o Brasil.

Sua ambição - sobretudo com relação às reflexões a respeito da nação brasileira - não é pequena. Enquanto os intérpretes do país abordaram a formação da identidade nacional do ponto de vista histórico e retrospectivo, Giannetti se propõe a analisar os elos do Brasil com o mundo e os traços que distinguem seu povo a partir de um olhar utópico e prospectivo. Ou seja, vislumbrar o papel do Brasil no futuro.


"O Brasil anseia por poetas videntes e profetas analíticos; por estadistas capazes de construir democrática e conscientemente, sem bravatas nem estridências, os sonhos inconscientes da nação. O Brasil tem fome de futuro", escreve ele no prefácio. "Estou na categoria dos profetas analíticos", diz, quando o trecho é lido durante o almoço. E dá aquela risada ampla, sempre vista em suas entrevistas e palestras, fazendo um pouco de chacota de si mesmo. Emenda, então, sério: "Com minha formação em economia e filosofia analítica, posso dar um tratamento a essa visão profética mais estruturada e consistente do que ficar simplesmente em arroubos e devaneios, em coisas muito desconectadas de um conhecimento da realidade, com uma certa objetividade".

Essa mesma objetividade foi usada na hora da escolha do restaurante onde a entrevista ocorreria. Ao ser apresentado a uma lista de lugares estrelados entre Pinheiros e Vila Madalena, bairros paulistanos nos quais havia pedido opções, Giannetti os descartou. Preferiu uma alternativa quase caseira: o vegetariano Banana Verde, a meio quarteirão de seu apartamento e onde almoça pelo menos uma vez por semana. "Não seria compatível discutir um livro que fala tanto de sustentabilidade numa churrascaria", diz. "Como não tenho carro há muitos anos, opto pelo mais perto sempre que posso."

O bairro onde mora, inclusive, foi escolhido por ser um dos poucos lugares em São Paulo onde é possível ter uma vida sem carro. Giannetti se mudou para lá pouco depois de sua separação, em 2011, de Christine Whiting da Fonseca, mãe de seu único filho, Joel Pinheiro da Fonseca, e que conheceu quando eram estudantes na USP.

Com a nova casa, veio também a adoção do smartphone, que ele chama de "máquina infernal" e evitou o quanto pode. Redes sociais, porém, não fazem parte de sua vida. O tempo é um bem precioso para Giannetti, que diz evitar ser muito calculista com seu uso. "Os grandes momentos da vida são aqueles em que se perde a noção do que se faz."

Pouco antes de escolher um prato do dia, o risoto caprese, Giannetti sacia a curiosidade sobre seu método de trabalho: como é possível amarrar tantas ideias, usando, analisando e avançando sobre o sumo de pensadores múltiplos, na criação de uma obra sucinta e densa. O segredo nasceu em 1978, quando entrou na faculdade. Cursava economia de manhã e ciências sociais à tarde, ambos na USP, mas sentia que as ideias mais reflexivas e abstratas de sociologia e filosofia sumiam de sua cabeça em pouco tempo.

"Um mês, dois meses depois de ter lido um livro, eu me perguntava o que tinha ficado e acabava arrasado, eu não me lembrava de quase nada", diz Giannetti. "Passei, então, a anotar compulsivamente o que estava lendo, ou parafraseando ou copiando trechos muito bem resolvidos. Embora a leitura fosse lenta e penosa, eu me lembrava do texto muito tempo depois."

Nasceu assim a coleção de cadernos - hoje são mais de 60 - usada para escrever seus livros. "Graças a Deus, comecei antes do computador!", afirma. Mais uma risada. Como cada caderno tem um número e cada página também, ele é capaz de encontrar o que precisa e fazer a conexão das ideias de uma maneira relativamente simples. "É superpessoal", diz ele. "Só eu me entendo naquele labirinto."

Foi exatamente essa coleção de anotações e ideias que Giannetti carregou para o Solar da Ponte, o hotel em Tiradentes (MG) onde escreve. De seus oito livros, quatro saíram do mesmo quarto, da mesma escrivaninha e do mesmo trabalho de montar um quebra-cabeças de um milhão de peças espalhadas por décadas de anotações. Nesse processo, que geralmente leva algumas temporadas de um mês cada uma, Giannetti não acessa internet, não assiste a televisão, não ouve rádio e apenas vê as primeiras páginas dos jornais que chegam ao hotel. Leva poucos livros.

"Lá não é para ler. Lá, onde o tempo é muito precioso, é para escrever", diz ele. "Consigo fazer aqui o trabalho de leitura e estudo. O que não consigo fazer aqui é exatamente essa articulação de muitas peças soltas." Ele repossui seus cadernos, revive suas anotações... e sofre.

"Já me aconteceu de ir para lá, estar totalmente disponível e não conseguir escrever", diz. "O problema não é escrever, é não ver o caminho." O primeiro parágrafo é sempre o mais difícil, o mais sofrido. Mas, enquanto ele não vê o caminho - onde começar, por onde passar e até onde vai chegar -, o livro não sai. "Depois que saiu o primeiro parágrafo, o trenzinho sai da estação e é muito bom", afirma. "Aí eu falo: 'Como é que eu não estava fazendo isso antes?'."

Para "Trópicos Utópicos", Giannetti tentou variar. Achou que a internação na cidade histórica e paisagem da serra de São José tinham se tornado um vício - e talvez ousasse e criasse mais livremente se mudasse de cenário. Tentou por um mês em Évora, em Portugal, mas não se sentiu à vontade no convento onde se hospedou. Tentou passar outro tanto em uma pousada em Petrópolis (RJ), mas se sentiu aprisionado pelo ambiente urbano degradado da periferia da cidade. Voltou, então, ao Solar da Ponte. Lá ninguém estranhou suas quatro temporadas de isolamento até a conclusão do livro.

Em termos de produção, o método de Giannetti tem dado certo. "O que fiz lá em um mês nunca faria aqui, mesmo que tivesse o resto da minha vida. É outra maneira de existir, de colocar sua cabeça para trabalhar. Podia passar o resto da minha vida tentando, tentando, tentando, faria um pouquinho, faria um pouquinho, mas não ia ter a condição de alcançar essa concentração total."

Em vendas, o método também não tem deixado a desejar. Seu livro mais recente, a ficção "A Ilusão da Alma", de 2010, vendeu 15 mil exemplares. O anterior, as reflexões sobre economia de "O Valor do Amanhã", virou quadro do "Fantástico", programa da Rede Globo, e mudou de patamar, com 60 mil unidades. Em um país onde vender mais de 3 mil exemplares já é considerado sucesso, os livros de temas pouco populares se saíram muito bem.

"Trópicos Utópicos" nasce com 12 mil exemplares e uma estrutura diferente dos livros anteriores. Giannetti optou por escrever seções ou microensaios. São 124 parágrafos - alguns curtos, outros nem tanto - com um título que os resume. Eles são divididos em quatro partes, sendo que as três primeiras abordam "os ídolos da modernidade" - a ciência, a tecnologia e o crescimento econômico a qualquer custo - e suas implicações. A quarta parte fala da questão nacional e a conclusão esboça a utopia que o Brasil representará no concerto das nações. A transversalidade permeia temas e assuntos abordados. Caetano Veloso, seu amigo e que assina um texto na quarta capa, escreve que Giannetti usou com "carinho a língua para dar conta do estar no mundo, neste começo de século".

"Foi muito sofrido encontrar a solução dos microensaios e precisei estudar o formato antes de decidir usá-lo", diz Giannetti. Tanto na língua alemã, quanto na francesa e na inglesa, existe uma tradição na filosofia e no ensaio dessa maneira de abordar ideias. Não são aforismos, ele diz, um formato que pressupõe textos breves e sagacidade, além de poderem ser lidos isoladamente e suscitarem reflexões. Quem usa de aforismos são, entre outros, o francês François de La Rochefoucauld (1613-1680) e o alemão Georg Lichtenberg (1742-1799). Os textos de Giannetti nem sempre são curtos, nem sempre procuram uma espirituosidade e se aproximam no formato mais de alguns trabalhos dos filósofos alemães Ludwig Feuerbach (1804-1872) e Friedrich Nietzsche (1844-1900).

"É um modelo que me agrada porque devo estar errado em muitas das coisas e posso estar certo em outras, mas, com ele, o leitor é soberano para julgar e pensar cada seção separadamente", afirma. "O leitor não precisa comprar todo o argumento do livro."

Do ponto de vista da criação, ele diz, o modelo também permitiu caprichar mais em cada um dos microensaios. Cada seção vira uma unidade estética e permite trabalhá-la no limite, na fronteira de sua possibilidade em relação ao acabamento, ao cuidado, à amarração. "Sou capaz de passar um dia em um único parágrafo, sem culpa. Quando isso acontece, é uma delícia."

Não sem algum sacrifício. Giannetti vive de dar palestras, em média duas por semana. Na hora da escrita, seus compromissos são suspensos. Deixou de dar aulas em 2014, mas diz sentir falta do ambiente acadêmico, tanto que pensa em voltar no próximo ano. Pretende conversar tanto na USP quanto no Insper, onde já lecionou, mas ainda não há nada definido.

Dono de um raciocínio fluido, aprimorado justamente por anos de palestras e aulas, Giannetti acabou fazendo um pouco de regime neste almoço, principalmente quando o assunto começou a entrar no campo das ideias. Afinal, falar sobre seu mergulho na espiritualidade, na sustentabilidade e no Brasil - intensificado pelas duas últimas campanhas presidenciais em que trabalhou ao lado da candidata Marina Silva - exigiu muitas ideias, amarradas uma depois da outra e a comida um tanto quanto fria no prato.

Giannetti morou por sete anos na Inglaterra, três dos quais como "fellow" de Cambridge. Isso significou fazer parte da elite acadêmica global e conviver com alguns dos maiores especialistas em diferentes áreas de pesquisa, com os quais jantava todas as noites - à luz de velas e usando beca preta. "Pode parecer medieval e retrógrado, mas eu sentava diariamente com as pessoas mais espantosamente cultas e inteligentes: um dia, estava ao lado de um especialista em Dante, noutro dia, de um físico, noutro com um especialista em chinês medieval", diz. "É um ambiente propício para o aprendizado e nem de longe tão absurdo quanto possa parecer."

Se, por um lado, seu amor ao estudo e à disciplina floresceu ("Lá, ou se gosta de estudar ou se morre de tédio - ou de vodca"), por outro, o Brasil ficou bem distante. Segundo ele, depois de sete anos de Cambridge, ele olhava o país de uma maneira crítica, distante e até amarga. "Trópicos Utópicos" é sua reaproximação. "É a primeira vez que eu enfrento o Brasil, que nem é um tema no qual eu me especializei profissionalmente", afirma. "Minha área forte de estudo é história do pensamento econômico e só consegui agora debruçar na literatura dos intérpretes do Brasil."

Nessa busca, Giannetti reconhece que o envolvimento na política nas duas últimas eleições influenciou sua nova visão de Brasil. "Estar perto da Marina Silva e de seu grupo me sensibilizou para questões que não estavam devidamente colocadas para mim em relação a desigualdade e a culturas não ocidentais."

A descoberta ocorreu mesmo com o fato de ter se formado em sociologia e militado em movimentos de esquerda. Giannetti integrou Liberdade e Luta, a Libelu, braço trotskista do movimento estudantil, durante o regime militar. "Eu era um marxista ortodoxo na juventude e o marxismo tem um desprezo pelas culturas não ocidentais que não fica em nada a dever ao pior dos economistas", diz, citando teóricos de esquerda que louvam a civilização ocidental e desrespeitam outras formas de viver e valores diferentes de seus próprios.

Para ele, Marina Silva é emblemática de um Brasil no qual ele acredita estar a promessa de originalidade civilizatória do povo brasileiro. "Pelo menos em alguma medida, esse livro constitui uma certa filosofia econômica e política de um projeto que a Marina representa na vida pública brasileira." Estão lá, por exemplo, as críticas que ele e André Lara Resende, um dos criadores do Plano Real e que também atuou ao lado de Marina Silva na última campanha, faziam às consequências ao endeusamento do crescimento a qualquer preço.

Também estão a diversidade que enxerga no grupo de Marina. Um exemplo, segundo Giannetti, de como a força das culturas ameríndias e africanas permeiam a vida brasileira e "permitem uma utopia pelo modo como se articularam e foram assimiladas pela cultura ocidental europeia que nos colonizou". Parte do que Giannetti chama de visão profética do sonho que une os brasileiros: o país tem uma originalidade e um potencial de realização que não é simplesmente ser uma cópia mais ou menos imperfeita do modelo ocidental. Nessa seara de pensamento estão Gilberto Freyre, Oswald de Andrade, Darcy Ribeiro e a Tropicália, entre outros.

"Na essência, esse livro está bem mais afinado com a visão profética do que com a visão mimética [como ele chama a corrente em que, se tudo der certo, o Brasil será um país ocidental como qualquer outro]", diz ele. "O que eu posso contribuir é dar para a visão profética um pouco mais de realismo e de espírito analítico para não ficar numa coisa completamente delirante e até messiânica."

Nessa visão antropológica do Brasil, surgem na conversa episódios pessoais simbólicos das idiossincrasias brasileiras. Como quando, ainda criança e assistindo aos enlatados americanos, Giannetti se sentia envergonhado de o país não ter as mesmas casas, com os mesmos gramados e a mesma qualidade de vida. Ou quando, ao voltar ao Brasil, depois de sua temporada de estudos na Inglaterra, decidiu que seu filho de dois anos e meio não assistiria à péssima programação da televisão brasileira. Incomodado por se sentir excluído nas conversas dos amiguinhos da escola, Joel [que estudou economia e filosofia e hoje é ligado ao Partido Novo] resolveu a situação do jeito mais brasileiro possível: passou a assistir a TV escondido, no quarto da empregada.

Filho de um mineiro "da velha cepa, de prosa generosa", Justo Pinheiro da Fonseca, que chegou a ser presidente da Febraban no início dos anos 70, Giannetti não conversava de ideias com o pai. Com o filho, hoje com 30 anos, as discussões foram muito mais intensas, sobretudo quando Joel - que se aproximou de uma filosofia mais libertária - queria encontrar sua identidade. Caçula, Eduardo Giannetti é irmão dos também economistas Marcos e Roberto Giannetti, o segundo empresário que trabalhou no governo Fernando Henrique Cardoso e foi diretor da Fiesp.

Com todas as reflexões, o objetivo, é claro: ajudar a pensar o país. "O Brasil ainda não disse a que veio", afirma Giannetti. "O que tem para acontecer no país, se tem algo a acontecer, necessariamente está no futuro e não no passado." O Brasil quase chegou lá - duas vezes. Como na década de 50, quando o país vivia um movimento forte de originalidade, euforia e afirmação, houve uma reversão súbita e violenta de expectativas. Causados, nos dois casos, por um projeto político irresponsável.

"O que realmente comprometeu o movimento ascendente recente do Brasil foi um grau de incompetência na gestão macro e microeconômica difícil de imaginar", diz Giannetti. "Brinco dizendo que a Dilma [Rousseff] é uma espécie de aceleradora dos problemas: a Dilma 'fast forward'." Foi o que ela fez, diz, com a crise fiscal e com o presidencialismo de coalizão. Sua trajetória já era insustentável, mas com ela pioraram rapidamente e de vez.

Giannetti não esconde a decepção com a última campanha, que, para ele, foi um pesadelo do início ao fim. "Alguma coisa se rompeu ali, na vida brasileira", diz. "Perdemos qualquer parâmetro de violência e linchamento: o que fizeram com a Marina e o [economista] Armínio Fraga [que trabalhou na campanha presidencial do senador tucano Aécio Neves] foi imperdoável." Ambos foram alvo de campanha negativa do PT durante a propaganda eleitoral. Giannetti enxerga, por exemplo, uma generosidade de Armínio na transição política entre o governo FHC e Lula, a quem o PT deveria ser grato. "Seu linchamento na campanha foi indesculpável, não tem perdão", afirma. "Foi realmente muito sofrido para quem participou desse processo."

Agora, ele espera algum efeito pedagógico depois do segundo mandato, quando Dilma foi obrigada a adotar as medidas impopulares que todos - inclusive ele - apontavam como necessárias, mas negadas durante a campanha. "A realidade se impõe", afirma. "Economia é como medicina: se a doença é grave, negar é a pior coisa. É melhor diagnosticar e enfrentar, embora seja custoso." Apesar de reconhecer a equipe econômica do governo Temer como "de primeiríssima qualidade", Giannetti lamenta o governo interino. "A turma política à qual ele pertence e da qual é líder e integrante não está à altura [da equipe econômica] e é extremamente frágil pelo seu envolvimento altamente provável com as piores práticas da política brasileira", diz.

Isso seria um estímulo ou um empecilho a participar de uma nova campanha em 2018? "Vou pensar, mas minha disposição sempre foi ajudar", diz. "Não tenho nenhuma pretensão de exercer cargos públicos: não é do que eu gosto nem tampouco o que me preparei para fazer." Para ele, exercer uma função pública é um trabalho a ser feito ao longo da vida. "Minha disposição é colaborar com ideias, pensamentos, propostas e, se for o caso, em ajudar a escolher pessoas." Sobremesas e café são pedidos, mas a conversa não termina, pelo menos durante a próxima meia hora. Como no livro, há muito a ser discutido e pensado entre a realidade e a utopia brasileira.

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