sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Luciano: "Vitória precisa seguir em boas mãos"

Vinícius Valfré - A Gazeta (ES)

Tendo ao lado o ex-governador Renato Casagrande (PSB), ex-secretários estaduais do socialista e deputados estaduais que mantêm postura mais crítica ao atual governo, o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), assumiu nesta quinta-feira que será candidato à reeleição.

Evitando críticas aos seus adversários, o mais perto que chegou disso foi ao alfinetar obras não iniciadas ou inacabadas que estão sob responsabilidade da gestão de Paulo Hartung (PMDB). Entre elas, a Leitão da Silva, o aquaviário e o Portal do Príncipe.

O discurso de 49 minutos foi uma espécie de prestação de contas dos seus feitos. Eleito em 2012 sob o slogan “Muda, Vitória”, Luciano considera que entregou a mudança prometida. Avaliou que a queda na arrecadação da cidade o obrigou a “refundar” e “reinventar” a Capital.

Na parte final do discurso, conclamou os apoiadores a fazerem Vitória continuar “em boas mãos”. “É hora de andar a cidade e dizer que Vitória está e precisa continuar em boas mãos. Mãos que acolhem, que trabalham. Mãos limpas”, discursou.

Mais tarde, referindo-se à própria gestão como exemplo de “administração horizontal” e compatível com “a política do século XXI”, destacou: “Vitória deve seguir em boas mãos. Não nas minhas mãos, mas em nossas mãos”.

Socialista
O discurso de Renato Casagrande foi breve, porém inflamado. O socialista elencou atributos positivos do prefeito e atacou “gente que quer governar sem democracia” e que “quer o poder pelo poder”.

O ex-governador aproveitou, ainda, para defender sua própria gestão. “Entregamos esse Estado como o mais organizado do país”, frisou. Em entrevista ao final da convenção, Casagrande negou o interesse em reeditar o embate de 2014 – quando foi derrotado por Hartung em uma eleição dura –, mas não deixou de alfinetar.

“Não podemos transformar disputas eleitorais em disputas que não tenham resultado para sociedade. Não podemos, só para tentar ganhar, para tentar derrotar, apoiar quem não tem capacidade, condições de governar uma cidade. Quando um líder político se presta a esse papel, está anulando todo o sentimento nobre da política”, disse.

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, participou da convenção e afirmou que Luciano está no topo da lista de prioridades do partido. “Apesar de toda a crise, ele consegue ter eficácia no cumprimento de suas obrigações”, comentou.

Perfil
Carreira
Ex-campeão de remo, Luciano Rezende é médico. Ex-petista, filiou-se ao PPS em 1996. Foi vereador por quatro mandatos. Durante a gestão de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) foi secretário de Educação e de Saúde.

Eleição
Tentou chegar à prefeitura em 2008, mas foi derrotado por João Coser (PT). Tornou-se secretário estadual de Esportes de Paulo Hartung. Em 2010, foi eleito deputado estadual. Voltou a concorrer à prefeitura em 2012, quando superou Luiz Paulo e foi eleito em segundo turno.

Entrevista
O senhor diz que a mudança que prometeu foi entregue. O que o faz agora merecedor de mais quatro anos?

A consolidação da mudança e o avanço da cidade que atravessou o período do pós-Fundap, sendo refundada. Com grandes avanços, se tornou uma cidade mais humana, mais segura e mais organizada. Agora, vai aprofundar essas conquistas.

O que o senhor deixou de fazer e pretende fazer caso seja reconduzido?

Desenvolvemos um programa de governo e vamos agora consolidar a refundação da cidade pós-Fundap. Avançar na geração de emprego e renda, na melhoria da mobilidade sustentável, na melhoria da recuperação do meio ambiente, do sistema de saúde, na consolidação e avanços na segurança.

Participaram aqui o Casagrande e pessoas muito próximas a ele. Há risco de a eleição de 2016 ser continuidade da disputa de 2014?

Não. A eleição de 2016 envolve a discussão municipal. Todos que quiserem nos ajudar são bem-vindos. Nesses 14 partidos têm entendimentos variados e estão nos apoiando. Todos são muito bem-vindos.

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