quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Bolsa sobe com expectativa de queda na Selic

• Bovespa avança 0,56%. Dólar recua após Hillary se sair melhor em debate americano

Ana Paula Ribeiro, Juliana Garçon - O Globo

-SÃO PAULO E RIO- A redução das incertezas em relação à eleição americana fizeram o dólar perder força ontem. Os operadores entenderam que o debate entre a candidata democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump foi mais favorável à democrata, cuja condução da economia é vista como menos arriscada. Com isso, a moeda americana recuou 0,52% ante o real, para R$ 3,231. Internamente, a expectativa de uma inflação caminhando para a meta fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subir 0,56%, atingindo os 58.383 pontos. A divulgação do Relatório de Inflação pelo Banco Central consolidou a expectativa de que um ciclo de corte dos juros está próximo: a taxa básica Selic está em 14,25% ao ano e a expectativa de um corte de ao menos 0,25 ponto percentual, podendo chegar a 0,5 ponto, ganhou força.

— Há uma incerteza sobre Donald Trump e isso eleva a aversão ao risco. Mas o consenso é que há uma probabilidade maior de Hillary ser eleita e isso agrada — avaliou Eduardo Velho, economista-chefe da A2A Invx Global Partners.

AÇÕES DA PETROBRAS EM QUEDA
O setor que mais contribuiu para a alta do Ibovespa foi o financeiro. As preferenciais do Bradesco e do Itaú Unibanco subiram, respectivamente, 2,75% e 0,60%. Alguns papéis mais ligados à inflação também reagiram, diante da perspectiva de queda dos juros, como no caso das ações das concessionárias CCR (+2,75%) e EcoRodovias (+0,60%).

O forte recuo nos preços do petróleo — o barril do tipo Brent caía 3,17%, a US$ 45,85, próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil — fizeram as ações da Petrobras caírem. As preferenciais caíram 2,08% e as ordinárias, 0,34%. A cotação do petróleo teve queda no exterior após o Irã informar ter desistido de congelar sua produção no atual patamar. O ministro do Petróleo do país também afirmou que não tem intenção de fechar um acordo com outros países produtores nesta semana.

— O principal fator para a queda da Petrobras é o preço do petróleo. E há o tema da política de preços: há anos a companhia não segue o mercado internacional e, agora, diz que está em busca de paridade de preços — diz Hersz Ferman, estrategista da Elite Corretora.

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