sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Doação foi ‘por democracia’, diz Eike Batista

- O Estado de S. Paulo

O empresário Eike Batista afirmou ao Ministério Público Federal que fez a doação eleitoral de US$ 2,3 milhões, em 2012, após pedido do ex-ministro Guido Mantega “no espírito democrático”. “Então, eu fazia muito no espírito democrático, como meus projetos eram muito grandes, estavam em todos os Estados... Quer dizer, achamos que temos uma democracia, eu participei de praticamente em 2006 com o mesmo volume de recursos, R$ 1 milhão, para o PT, PSDB...”, declarou.

Eike procurou em 20 de maio deste ano o Ministério Público Federal para prestar depoimento. O empresário relatou que, em novembro de 2012, teria recebido uma solicitação do então ministro Guido Mantega para doar R$ 5 milhões ao PT.

“Foi me feito o pedido de contribuir para contas da campanha, porque a campanha já tinha terminado, para acertar as contas num valor total de R$ 5 milhões”, declarou Eike. “Eu fazia constantemente como um brasileiro que achava ‘bom, essa é minha contribuição política que era para que a democracia flua e continua e vamos lá’.”

Mantega nega ter feito qualquer pedido de contribuição eleitoral ao empresário.

‘Contrapartida’. Eike Batista, por meio de seus advogados, reafirmou ontem a versão de que fez uma “doação eleitoral” a pedido de Mantega, mas negou qualquer relação ou contrapartida de negócio envolvendo o estaleiro OSX, companhia que fundou como parte do Consórcio Integra. “São fatos absolutamente desconexos”, disse o comunicado assinado pelos advogados Ary Bergher, Raphael Mattos e Darwin Corrêa.

Segundo a defesa, os recursos utilizados por Eike para a referida doação eleitoral são de “origem lícita comprovada”. A defesa relata que, a convite da Mendes Júnior, a OSX passou a integrar minoritariamente o consórcio, operado pela própria Mendes Júnior com 51% de participação, que se transformou na chamada Integra Offshore Ltda.

“Eike Batista não tem conhecimento pessoal, nem se envolveu nem aprovou quaisquer eventuais irregularidades no âmbito da Integra”, disse a defesa. / MARIANA SALLOWIC

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