quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Em Rio Branco, petista dispensa irmãos Viana

Igor Gadelha – O Estado de S. Paulo

/ BRASÍLIA - Único candidato do PT nas capitais com chance de vencer no primeiro turno, o prefeito de Rio Branco (AC), Marcus Alexandre, tem rejeitado a imagem do partido e evitado usar o governador Tião Viana e o senador Jorge Viana – principais nomes da sigla no Estado – como cabos eleitorais de sua campanha à reeleição. Alexandre aproveita a falta de articulação da oposição e a boa aprovação de sua gestão para afastar a discussão nacional da campanha.

Apesar de serem os responsáveis pela ascensão política do prefeito no Acre, os irmãos Jorge e Tião Viana praticamente não apareceram na campanha de Alexandre. O senador só participou de um único programa eleitoral do aliado, enquanto o governador não gravou nenhuma inserção. Os dois, que em 2012 foram os principais cabos eleitorais da primeira eleição de Alexandre, também não aparecem no material impresso e participam de pouquíssimos atos de campanha ao lado do candidato.

O prefeito esconde de sua campanha a estrela símbolo do PT. O vermelho, cor da bandeira do partido, foi abandonado pelo candidato à reeleição, que escolheu o laranja como o tom predominante de seu material e até das roupas que usa. A única menção que faz no material e nas redes sociais é ao 13, número dos candidatos petistas.

O candidato nega que esteja escondendo o PT e os irmãos Viana da campanha. Segundo ele, o senador e o governador participam na medida em que suas agendas permitem. “Eles também têm campanha nos outros municípios do Estado”, disse. “Ninguém na cidade de Rio Branco e no Acre tem dúvida da aliança que temos”, afirmou o prefeito, que nasceu em Ribeirão Preto (SP) e chegou a Rio Branco em 1999 para trabalhar na gestão de Jorge Viana.

Aliança. Alexandre argumenta que não usa os símbolos do PT em sua campanha, porque tenta reeleição em uma alian- ça de 15 partidos. “Não seria de bom tom impor a cor do meu partido.” Jorge Viana também minimiza o fato. “Vivemos um caos político no Brasil. Resolvemos não nacionalizar a campanha. (...) Decisão nossa.”

O parlamentar nega que ele e o irmão estejam sendo colocados em segundo plano na campanha do aliado. Segundo Jorge, eles participaram de toda a organização da candidatura, embora tenham participado de poucos atos ao lado do candidato.

Os Viana são a principal força política do Acre desde 1998, quando Jorge foi eleito governador do Estado – antes disso, o senador tinha sido prefeito de Rio Branco entre 1993 e 1997. Quatro anos mais tarde, o parlamentar foi reeleito. Em 2006, elegeu seu sucessor, Binho Marques (PT), que não tentou a reeleição. No seu lugar, foi eleito Tião Viana em 2010, reeleito para o cargo em 2014.

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