sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Tendência à reeleição marca disputa

Por Ricardo Mendonça e Fernando Torres - Valor Econômico

SÃO PAULO - A reeleição, levando-se em conta as pesquisas feitas até agora, deve ser uma característica marcante na escolha dos prefeitos das capitais no pleito de domingo. Nas 26 cidades, 20 prefeitos buscam a reeleição. Desses, 14 terminam a campanha eleitoral em primeiro lugar nas pesquisas e um aparece na segunda posição.

Na contramão da tendência geral, em São Paulo, a maior cidade do país, o prefeito Fernando Haddad (PT) enfrenta enorme dificuldade em sua tentativa de recondução ao cargo - só esboçou reação nos últimos dias.

Outras tendências apontadas nas últimas pesquisas são as de fortalecimento do PMDB e PSDB. O primeiro tem chance de vitória, ou seja, está em primeiro ou em segundo lugar nas pesquisas de primeiro turno, em 11 capitais e o segundo, em 9 (ver gráfico acima).

Além disso, as pesquisas indicam uma fragmentação de legendas no comando dessas cidades e, como era previsto, forte encolhimento do PT, que tem chance de ficar em primeiro em apenas uma (Rio Branco, no Acre) e em segundo, em quatro capitais.

Caso emblemático de sucesso da reeleição ocorre no Nordeste, onde os nove atuais prefeitos de capitais tentam a recondução e oito chegam ao fim da disputa na liderança. Os números do Ibope mostram que ao menos quatro devem vencer já no primeiro turno: ACM Neto (DEM), em Salvador, que ostenta 69% das intenções de voto; Carlos Eduardo (PDT), em Natal, com 53%; Luciano Cartaxo (PSD), em João Pessoa, também com 53%; e Firmino Filho (PSDB), em Teresina, 48%.

Na Região Norte, a situação é parecida. Os prefeitos das sete capitais são candidatos à reeleição. Seis lideram, com destaque para Teresa Jucá (PMDB), que marca 74% em Boa Vista, e Marcus Alexandre (PT), com 62% em Rio Branco. Só o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), não aparece na frente.

Há pelo menos três possíveis explicações para o sucesso da reeleição neste ano: o encurtamento do período de campanha, a diminuição da exposição dos candidatos na propaganda de rádio e TV e, ainda, as restrições ao financiamento eleitoral. São regras novas que tendem a favorecer os nomes mais conhecidos.

O quadro de violência nas eleições preocupa o Tribunal Superior Eleitoral. Pelo menos 25 mil militares vão reforçar a segurança nas votações em 408 municípios de 14 Estados. Em agosto, houve 20 registros de homicídios de candidatos ou pré-candidatos.

Pesquisas sugerem taxa alta de reeleição
Na contramão do que foi visto em São Paulo, a maior cidade do país, onde o prefeito Fernando Haddad (PT) enfrentou enorme dificuldade na tentativa de recondução ao cargo e só esboçou alguma reação nos últimos dias de campanha, mandatários da maioria das capitais do Brasil chegam à reta final do primeiro turno na liderança das pesquisas.

Dados dos levantamentos concluídos até quinta (29), a três dias do pleito, sugerem a taxa de reeleição tende a ser alta neste ano.

Nas 26 capitais, 20 prefeitos buscam recondução. Desses, 14 terminam a campanha em primeiro lugar nas pesquisas. Outro aparece em segundo, mas em empate técnico com o líder.

Também são tendências apontadas nas últimas pesquisas o fortalecimento do PMDB e do PSDB, as siglas que mais devem eleger prefeitos nas capitais; uma certa fragmentação de legendas no comando dessas cidades; e, como já era previsto, o forte encolhimento do PT.

Caso emblemático de sucesso da reeleição ocorre no Nordeste, onde os nove prefeitos de capitais disputam. Oito chegam ao final da campanha na liderança. Os números do Ibope mostram que ao menos quatro devem vencer já no primeiro turno: ACM Neto (DEM), em Salvador, com 69% das intenções totais de voto; Carlos Eduardo (PDT), Natal, com 53%; Luciano Cartaxo (PSD), João Pessoa, também com 53%; e Firmino Filho (PSDB), Teresina, 48%.

Os outros quatro prefeitos nordestinos líderes são Geraldo Júlio (PSB), em Recife, com 40%; Edvaldo Holanda (PDT), em São Luís, com 38%; Rui Palmeira (PSDB), Maceió, 35%; e Roberto Cláudio (PDT), Fortaleza, 34%.

Na região Norte, a situação é parecida. Os prefeitos das sete capitais são candidatos à reeleição. Seis lideram, com destaque para Teresa Surita (PMDB), que marca 74% em Boa Vista, e Marcus Alexandre (PT), com 62% em Rio Branco. Só o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), não aparece na frente.

Há pelo menos três possíveis explicações conjunturais para o sucesso da reeleição neste ano: o encurtamento do período de campanha, a diminuição da propaganda de TV e as restrições para financiamento eleitoral. São regras novas que tendem a favorecer os nomes mais conhecidos.

Entre os 20 prefeitos de capitais que disputam reeleição, os três com mais dificuldades, além de Haddad e Coutinho, são Gustavo Fruet (PDT), em Curitiba; Alcides Bernal (PP), em Campo Grande; e João Alves (DEM), em Aracaju.

Na competição dos partidos, as pesquisas sugerem expansão do PMDB e do PSDB em número de capitais governadas. O maior potencial é o da sigla do presidente Michel Temer. Em 2012, peemedebistas venceram só duas capitais. Agora, lideram em quatro e aparecem em segundo lugar em sete (considerando as margens de erro de cada local).

No Rio, a cidade mais importante do PMDB, o cenário é de grande indefinição. Patrocinado pelo prefeito Eduardo Paes, o candidato Pedro Paulo disputa com outros quatro postulantes quem enfrentará o líder Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno.

O PSDB, que elegeu quatro em 2014, desponta como outro possível vencedor das eleições nas capitais. Com João Doria, lidera em São Paulo, a maior e mais rica do país, e em outras quatro capitais. E aparece em segundo lugar em outras cinco.

No sentido oposto, o PT, chamuscado pela Operação Lava-Jato e desgastado com o impechment da ex-presidente Dilma Rousseff, deverá confirmar a expectativa de forte encolhimento. Seu único candidato líder em capital é o da pequena Rio Branco.

Líder em Belém (com Edmilson Rodrigues) e Cuiabá (Procurador Mauro), o Psol poderá superar o PT neste recorte.

O triunfo do Psol também pode ser interpretado como produto da tendência de fragmentação de siglas no comando de capitais. Nove legendas que não elegeram nenhum prefeito nessas cidades em 2012 aparecem com alguma chance desta vez: PRB, PCdoB, SD, PHS, PMN, PR, PSC, PTB e Rede.


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