quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Doria e PMDB negociam aliança

Por Cristiane Agostine e Estevão Taiar – Valor Econômico

SÃO LUÍS E SÃO PAULO - O PSDB e o PMDB devem reproduzir a aliança nacional em São Paulo, com vistas às eleições de 2018. O prefeito eleito, João Doria (PSDB), reuniu-se com o presidente do diretório municipal do PMDB, José Yunes, e com o pemedebista Marcio Toledo para negociar a participação do partido na gestão tucana. Na próxima semana, no dia 25, Doria discutirá o acordo com o PMDB em encontro com o presidente da República, Michel Temer.

A reunião de Doria com as lideranças pemedebistas foi realizada há cerca de dez dias. Marido da senadora Marta Suplicy (PMDB), derrotada na disputa pela prefeitura paulistana, Toledo tem participado diretamente das negociações.

Para o presidente do PMDB paulista, a tendência é de fechar acordo com a gestão Doria em breve. "Se a aliança entre os dois partidos dá certo no plano nacional, por que não dará certo em São Paulo?", disse Yunes. "Essa aliança será institucional e política", afirmou.

Pemedebistas já estão participando até mesmo de agendas do prefeito eleito, antes do anúncio das Pastas que o PMDB poderá ocupar no governo tucano. Ontem, o vereador Ricardo Nunes (PMDB) acompanhou Doria em caminhada no bairro de Parelheiros, um dos dois distritos em que Marta Suplicy teve votação maior do que a do futuro prefeito no primeiro turno.

Com a provável participação do PMDB em seu governo, Doria pretende buscar o apoio de parte da sigla à candidatura do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), à Presidência em 2018. Com isso, tem a intenção de fazer um contraponto à aliança já costurada pelo também pré-candidato e ministro tucano José Serra (Relações Exteriores) com o partido. Integrante do governo Temer, Serra foi um dos articuladores da filiação de Marta Suplicy ao PMDB e da aliança entre Marta e o vereador Andrea Matarazzo (PSD) na disputa municipal contra a candidatura de Doria.

Do lado do PSDB, a aproximação é vista como provável e natural. "O poder acaba exercendo mesmo essa atração", diz o presidente da sigla na capital e vereador Mário Covas Neto.

"O João já teve alguns contatos não só com o PMDB, mas com o PRB, PSD e PTB", afirma. "Muitos vereadores têm uma ação territorial, quase distrital. Para eles, ter uma boa relação com o governo é fundamental."

Já o vice-prefeito eleito Bruno Covas limita-se a dizer que o PMDB "pode ajudar a montar a base do governo na Câmara".

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