sexta-feira, 7 de outubro de 2016

FHC, a ética e a imprensa

Por Matías M. Molina – Valor Econômico / Eu & Fim de Semana

• "No mundo contemporâneo, a política depende da mídia, quem não puder lidar com a mídia está perdido", disse FHC em evento

SÃO PAULO - No primeiro volume de seus "Diários da Presidência", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se mostrou um amargo e persistente crítico da imprensa. No segundo volume, aumenta a intensidade de sua irritação.

Se o tom dos "Diários" mudou, foi talvez porque as circunstâncias mudaram. O primeiro volume cobre os dois primeiros anos, 1995-96, do primeiro mandato de FHC, quando ele estava descobrindo as alavancas do poder e contava com a expectativa e a boa vontade da sociedade que lhe tinha dado um mandato para reformar o país. Não faltaram problemas, mas o momento era de otimismo.

Em 1997-98, o panorama era outro. Surgiram novos problemas, talvez mais complexos, e a sociedade se tornou, aparentemente, mais exigente. Além disso, como ele mesmo diz, o exercício do poder provoca um desgaste nas instituições e nos próprios atores, que é visível nos "Diários".

Nesse período, ele enfrentou questões como a reeleição e as privatizações, sofreu um desgaste com acusações como a compra de votos no Congresso, o falso "dossiê Cayman", as escutas telefônicas no BNDES e foi surpreendido por uma crise financeira global. Na área política teve que pagar um preço pelo apoio de partidos como o PMDB e o PFL, atual DEM. Dentro do governo precisou contornar a agressividade e a indiscrição de ministros díscolos como Sérgio Motta e José Serra.

Mas nunca deixa de transmitir uma enorme autoconfiança. Diz que, "talvez a minha vaidade seja tão grande, eu tenha tanta confiança em mim mesmo, que não ligue para as aparências disso ou daquilo". Mas, ao longo dos "Diários", ele precisou reconhecer os limites de seu poder.

FHC pinta um quadro pouco lisonjeiro do país e da sociedade que presidia, com observações crescentemente amargas. "Ao redor do que se supõe ser o poder (...) há uma luta feroz, fratricida e inútil." Ele tem a sensação de que a elite brasileira não sabe de sua responsabilidade; o povo sabe menos ainda, mas acha natural que reaja emocionalmente. Não acha natural que os chamados "homens do poder" sejam tão pouco conscientes dos seus próprios interesses.

Ele fica decepcionado "por causa da mesquinharia, do amesquinhamento da vida política", e diz não acreditar nos partidos, nem sequer no seu, o PSDB, pois não representam mais nem ideias nem o meio social. Constata que aqui tudo que é privilégio virou direito. "No fundo" - diz - "é um Estado burocrático, meio corrupto, que faz concessões populistas e tem empresas estatais pouco eficientes."

Critica o Poder Judiciário. "Estamos fazendo reformas, e isso vai pegar os privilégios dos juízes." E não poupa os empresários: "No fundo é a coisa de sempre. Se o governo não entra, o setor privado nacional não se organiza e depois reclama que as multinacionais tomam conta de tudo".

Quando o setor do comércio diz que foi sacrificado e que o Plano Real foi uma desilusão, FHC observa que o setor cresceu muito e comenta: "O que é que essa gente quer, meu Deus?"

Tem palavras duras para o sistema financeiro. Numa crise cambial, ele acusa fundos e bancos de investimento de especular contra o real. Num desabafo, afirma que "o monopólio dos bancos comerciais nas mãos dos banqueiros brasileiros tem resultado no que estamos vendo: juros extorsivamente altos, acusação ao governo de que o Banco Central é que põe os juros lá em cima, quando na verdade não é isso. (...) Fui olhar a inadimplência dos cheques, pouco mais de 2%, nada que justifique taxas tão elevadas".

FHC recorre a uma frase do historiador Sérgio Buarque de Holanda para definir a situação: o grande problema é que no Brasil não existem conservadores, mas atrasados. Só que antigamente os atrasados eram os conservadores; agora além dos conservadores temos uma esquerda atrasada.

Ele, no entanto, se considera preparado para descer à arena e brigar pelas reformas. Constata que a política não é feita para mandar flores. Ante as críticas dos intelectuais, rebate que eles não têm uma experiência prática do poder nem da vida política. Diz que muitos deles são ressentidos, invejosos e ignorantes, e que "a academia não perdoa o fato de eu ser uma pessoa de certo prestígio, até mesmo mundial, na vida política".

Reflete repetidamente sobre a ética. Citando o sociólogo alemão Max Weber, diz que há a ética da convicção ou dos valores finais, a que se apegam os intelectuais, e a ética da responsabilidade, pela qual ele se guia.

Numa áspera conversa com o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, diz: "Não façamos agora que não entendemos o jogo político. Em nome do que (faríamos isso)? Em nome de que moral abstrata? Parece coisa da UDN. Também não adianta ficar dando atenção apenas aos gritos dos que são próximos a nós, da intelectualidade que não sabe da política real. E tampouco da mídia, que parece querer nos arrastar para o buraco."

FHC repete que seus críticos não conhecem as limitações e a complexidade do poder. Lamenta uma frase, "que vai me atormentar", de seu velho amigo, o sociólogo José Arthur Giannotti: que ele corria o risco de tornar-se um "déspota esclarecido". Reage dizendo que ele não entende de partidos nem de poder real nem de ministério e não devia entrar nisso. Disse também que Giannotti passava a ser o grande moralizador das universidades, pois é fácil fazer média à custa de não ter responsabilidade continuada com a coisa pública, e insiste que Giannotti não conhece o assunto suficientemente, e que "está longe de saber a complexidade das coisas aqui". Quando Giannotti criticou o ministro da Educação Paulo Renato, o presidente comenta que ele não tinha o direito de fazer isso, porque o governo estava tentando melhorar. Numa referência ao jurista Modesto Carvalhosa, repete o argumento e diz que é outro que não sabe muito das coisas de política prática.

Mas como no primeiro volume de seus "Diários" (resenhado no "EU & Fim de Semana" de 15 de janeiro de 2016), os maiores desabafos e as críticas mais incisivas ele descarrega sobre a imprensa. Reclama até da "Voz do Brasil", o programa radiofônico do governo: "É um Deus nos acuda. É só pau no governo da maneira mais irresponsável (...) Enfim, 'se (sic) hay gobierno yo soy contra...'."

São reações, ele explica na introdução, que refletem o calor da hora. Mas foram, certamente, influenciadas também pela piora das condições de governabilidade. As queixas são curiosas quando se constata que a imprensa foi, em linhas gerais, favorável a seu governo e apoiou sua reeleição à Presidência.

Segundo FHC, a mídia é infame, patética, tem má vontade, distorce, intriga, inventa, explora palavras "infelizes" e tem uma tendência à fracassomania. Os jornalistas provocam e alguns são grosseiros; os jornais dão informações fragmentárias, querem levar as coisas pelo pior caminho e se prepararam contra a sua reeleição à presidência.

A mídia, assegura, tem vocação para a catástrofe, "não sei se para vender jornal, para ter mais emoção ou para abalar o governo. Não sei a razão disso, mas é impressionante a torcida contra". A mídia depende do escândalo: "É a mesma tecla em que eu bato sempre: a imprensa repete as mazelas do passado porque vive de escândalo, e o escândalo, como não existe (hoje) tem que ser inventado."

Ele faz uma pergunta ambígua: "E quando vêm falar comigo os donos de jornal que estão em consórcio de telefonia. Será que isso também é balcão ou simplesmente a apresentação de um negócio?" Ele acrescenta que, "na verdade, nunca me propuseram nada nem eu disse a eles que faria isso ou aquilo." Mas fica a insinuação.

Algumas de suas queixas parecem corretas. Reclama de ser acusado de arrogância porque chamou de "tosca" manifestação no Rio onde estavam Cidinha Campos e Jandira Feghali "me xingando, xingando minha mãe, dizendo que sou ladrão e outras coisas violentas". Ele comentou que era uma "manifestação tosca" e "isso aparece na imprensa como uma arrogância minha".

Num evento público, FHC reconheceu a importância da imprensa: "No mundo contemporâneo, a política depende da mídia, quem não puder lidar com a mídia está perdido. (...) Ela é fundamental, só que precisa tomar consciência de sua força política. Ela não é neutra, ela tem participação política, portanto cabe começar a discutir o que pode e o que não pode ser dito pela mídia. Frisei ainda que isso não podia se dar em termos de censura, e sim de autorregulamentação".

Mas o presidente não gostou da reação dos jornais ao discurso. Bateu duro: "Quando se toca no poder da mídia, eles imediatamente gritam, como se o que se está pedindo fosse censura, quando o que se pede é um código de ética feito por eles próprios e decência nas investigações feitas pela mídia. Antes de começar a acusar, têm que investigar mais a fundo, para ter pelo menos indícios de verdade, e não o primeiro sinal de alguma possível patifaria, sem dizer que os patifes são tais e tais".

Suas relações com a mídia são ambíguas. Critica e se exaspera com ela, mas cultivou um relacionamento, com donos de jornal e com jornalistas, provavelmente mais intenso que qualquer outro presidente, antes ou depois dele. Nos "Diários", ele menciona repetidos encontros, conversas, entrevistas, almoços ou jantares com a imprensa.

Em seus comentários, costuma elogiar "O Estado de S. Paulo". Ele recebe com frequência seu diretor, Ruy Mesquita. Diz que têm muitos pontos de vista em comum e que "tem sido muito correto, o jornal também". Destaca os editoriais, o compara favoravelmente com a "Folha" e quando critica a cobertura da imprensa, observa, "com exceção do 'Estado'", ou diz que o "Estado", como sempre foi o melhor e "pôs os pingos nos is".

Ocasionalmente faz restrições. Lamenta um artigo "bastante desagradável" e não gostou do resumo de um discurso feito por "um desses jornalistazinhos". Numa rara ocasião, diz que todos os jornais noticiaram corretamente, mas que o "Estado" errou. Procurado, o "Estado de S. Paulo" não se manifestou sobre o livro.

FHC afirma que seu governo é o primeiro a conviver com uma TV Globo independente, mas as relações são cordiais. "Recebi para almoçar o Roberto Irineu Marinho (presidente do grupo). Ele está cem por cento solidário com o governo". Num jantar, "muito agradável e simpático", Marinho se fez acompanhar de toda a cúpula da organização. Os contatos foram frequentes. E também as queixas.

Quando FHC reclamou da imprensa, João Roberto Marinho mencionou o editorial de "O Globo" sobre seu discurso no BNDES, e ele retrucou que era bom, mas que todas as matérias estavam contra. Numa ocasião, em que "O Globo", segundo ele, colocou na manchete afirmações que nunca fez, comentou: "Pobre da chamada opinião pública". (Leia mais na pág. 32)

Do "Jornal do Brasil", que já fechou, diz que ia mal, que o dono, José Antônio Nascimento Brito, "jurou fidelidade, não sei o quê", e que num encontro pediu "mais uma vez" para não pagar as dívidas da empresa da maneira proposta. "Já propuseram pagar até em 96 vezes, não pagam." No entanto, o lê e comenta repetidamente, sinal de que ainda era influente. Afirma que o "JB" dá grande relevo a um negativismo permanente; que é um tanto agressivo na análise; que é um jornal estranho, que vai e vem; que faz manchetes que nada têm a ver com o texto; que fez uma intriga imensa; e que teve que dar uma entrevista à imprensa para desfazer intrigas do jornal. Afirma gostar do editor, Marcelo Pontes.

Registra que a colunista Dora Kramer (hoje no "Estadão") o chama de d. Fernando Henrique Primeiro e Único e "fala de minha arrogância". Se a história "se basear nos jornais, vai julgar que sou um tremendo prepotente". Mas elogia um artigo dela "muito bom", sobre o nosso caipirismo, e aponta que foi excepcional na coragem de defender seu ponto de vista.

Num café da manhã, Roberto Civita, o falecido presidente da Editora Abril, mostrou-se preocupado com uma consulta do governo sobre os canais de TV aberta - estava entrando na mídia eletrônica - e confidenciou que ia trocar o comando da revista "Veja".

FHC mantém frequentes contatos com o editor da revista, comenta que uma interferência de José Serra na revista evitou "uma maldade", fica satisfeito quando um repórter escreve que ninguém é eleito para implementar teorias, é eleito para governar e mostra ansiedade porque a revista vai publicar uma pesquisa; "não se sabe o que vão fazer com os números". Diz que, ao contrário do que escreveu a "Veja", ele não é amigo de Emílio Odebrecht e que não telefonou para interferir a favor dele, mas reconhece que, "como todos", recebeu contribuições para suas campanhas, quando "eu não tinha o prestígio que tenho hoje".

"Veja" deu dores de cabeça quando foi escolhida por Sérgio Motta para dar uma explosiva entrevista, "incompreensível", segundo FHC, pois atingiu sua autoridade e provocou atritos com todo mundo. O presidente deu uma longa entrevista a Roberto Pompeu de Toledo, da "Veja". Diz que preferia que algumas coisas não tivessem sido publicadas, mas a repercussão foi positiva; o ex-ministro Roberto Campos comentou que o presidente que fez essas análises o surpreendeu. FHC teve várias conversas com Pompeu de Toledo para desenvolver o conteúdo da entrevista e fazer um livro.

Mas o principal alvo da irritação de FHC é a "Folha de S.Paulo", com a qual ele tinha colaborado nas décadas de 1970 e 80. Segundo ele, a "Folha" publica inverdades, está desinformada, diz bobagens, quer desgastar o governo, faz campanha contra ele só para vender jornal, quer abalá-lo e diminuir seu poder. Numa entrevista coletiva, todos os jornais fazem perguntas razoáveis, "menos a 'Folha'", que ele afirma ser um jornal de oposição e que transforma fatos em crítica.

Chega a duvidar da credibilidade de suas pesquisas. Se desfavoráveis, diz que são distorcidas; se positivas, acha que a "Folha" fica aflita. Quando sua popularidade caiu depois das eleições, comentou que o jornal estava "no auge da glória". Ironiza as notícias favoráveis e registra que "até a 'Folha'" diz que a sua popularidade aumentou, "uma coisa impressionante". Afirma, com escassa convicção, que raras vezes lê o jornal para não ficar irritado. Mas não consegue: "Enfim, não tem solução (...) nem acabei de ler a notícia para não me irritar mais."

Suas reservas sobre alguns colunistas são antigas. No primeiro volume, dizia de Janio de Freitas: "Eu não leio"; no segundo, "nunca li, não leio" ou "nunca leio".

Em agosto de 1998, um período de turbulências globais, FHC vê um debate na televisão e comenta que Celso Pinto, fundador do Valor e na época colunista da "Folha", foi crítico: "Disse que o governo não está tomando a situação a sério, não está dizendo que há crise... O governo não pode dizer que há crise (...) O governo tem que tomar medidas, mas não pode criar pânico. Celso Pinto quer, como está na 'Folha', um jornalismo também escandaloso em vez de propriamente informativo." Reconhece, porém: "O Celso Pinto é bom". Alguns dias depois, FHC mencionou, num evento público, que o Brasil tinha capacidade para sair da crise - crise que, segundo ele, o governo não podia admitir que existia.

A mágoa de FHC se estende aos donos da "Folha", o "publisher" Octavio Frias de Oliveira, já falecido, e seu filho, Otavio Frias Filho, diretor de redação. Depois de dizer que a "Folha" tentou fazer chantagem, escreve: "É difícil estudar a alma do Frias." Outro dia: "É a alma dos Frias, um com malícia, o filho; metafisicamente pessimista, o pai. Ambos inteligentes." A relação é complicada. "Frias pai disse da admiração profunda que tem por mim (...) Reclamei da manchete da 'Folha'. Ele disse que a 'Folha' tem esse estilo independente que eu ajudei a criar. Respondi que não reclamo da independência, mas da distorção permanente do que acontece (...) Ele é sincero que quer minha vitória (nas eleições), mas... está muito feliz com a 'Folha' como ela é." Num sábado, ele reclamou com Otavio Frias Filho e no domingo, "Frias pai me telefonou me dando a razão, naquele jeito dele".

Numa ocasião, fez um visível esforço para elogiar Frias Filho. Diz que leu um artigo dele que "não é desinteressante", "não achei mau o artigo". Talvez o ponto mais alto da irritação com a "Folha" foi provocado pelo "dossiê Cayman": documentos falsos que alegavam que FHC, Sérgio Motta, José Serra e Mário Covas tinham uma conta secreta no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, no Caribe. Segundo uma investigação, o dossiê foi forjado por dois brasileiros residentes nos EUA; depois o senador Gilberto Miranda intermediou a venda a Leopoldo Collor, irmão do ex-presidente Fernando Collor, que o revendeu a Paulo Maluf.

Confirmada a falsificação, a imprensa insistiu em manter o dossiê no noticiário e associá-lo a seu nome. Ao abrir uma entrevista, FHC usou palavras fortes: "Peço aos senhores (jornalistas) que não ousem me perguntar sobre o que não deve ser pensado e muito menos respondido por alguém que tem dignidade e tem decência como eu".

Nesse mesmo dia, a "Folha" pediu sua opinião sobre o dossiê. Ele telefonou a Frias Filho: "Como é que vocês querem que eu me defenda se ninguém me acusa? Vocês continuam dizendo que os papéis não têm comprovação, mas publicam, provocando uma onda crescente que só vai minar a autoridade do presidente da República, sem proveito para o Brasil. É um prejuízo para o país. Por que fazer isso? Eu não entendo, realmente não entendo. Realmente não entendo qual é a sua lógica e a sua neutralidade! Isso não é neutralidade. Mesmo que você diga que o papel é falso, o que aparece é que estou sendo, juntamente com o Mário (Covas) e com o Serra, acusado de ter uma conta no exterior. Você acredita que eu tenho? Se você acreditar, peça o meu impeachment. Ora, se não acredita, pare com isso."

Ele não disse qual foi a resposta de Frias Filho. Este disse ao Valor que lembra do telefonema e que, pelo que se recorda, escutou o que FHC tinha a dizer e agradeceu pelas observações. Acha que o presidente não se excedeu na reclamação.

Nos dias seguintes, FHC encontrou a "Folha" mais equilibrada, desmistificando os papéis. Mas, segundo uma pesquisa do jornal, a maior parte da população achava que havia um fundo de verdade no "dossiê Cayman".

FHC tinha uma visão do país e um projeto de reformas. "Eu tenho objetivos nacionais que interessam ao povo - vou ficar para a história pelo que tiver feito pelo país." Ele se vê como única opção para governar: "Nós temos interesse público e fomos capazes de propor um projeto, um programa para o Brasil, em um momento em que os partidos não têm programa, não têm projeto, em que não existem alternativas postas." Esse projeto passava necessariamente pela sua reeleição, que "é condição para fazer as reformas". Se não for reeleito, diz, "o Brasil perderá uma oportunidade histórica." Ele esperava o engajamento da mídia, mas lamenta que ela não corria "em nosso socorro".

Tenta, repetidas vezes, ignorar a imprensa e diz não se preocupar mais com ela. Mas reconhece: "Neste Palácio, mesmo falando com um e outro, a gente só vê (o que acontece) pelos jornais."
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“Diários da Presidência 1997-1998 - Volume 2”
Companhia das Letras, 868 páginas, R$ 79,90

Matías M. Molina é autor dos livros "Os Melhores Jornais do Mundo" (Editora Globo) e "História dos Jornais do Brasil" (Companhia das Letras).

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