segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Niterói mantém Rodrigo Neves no cargo com 58,19% dos votos

• No 2º turno, cidade foi a única do Grande Rio que optou pela continuidade de governo; prefeito disse que seu primeiro ato será oferecer ajuda à Polícia Militar

Renato Grandelle - O Globo

Após uma campanha marcada pela troca de ofensas entre os candidatos, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PV), reelegeu-se ontem, numa vitória folgada sobre Felipe Peixoto (PSB). No início da apuração, a diferença entre eles chegou a ser de apenas seis votos, mas, quando foi encerrada a contagem, Rodrigo superou o adversário em mais de 38 mil votos: teve 58,59% dos válidos. Felipe ficou com 41,41%. Com isso, Rodrigo foi o único prefeito do Grande Rio reeleito neste segundo turno.

Rodrigo atribuiu a vitória à política de responsabilidade fiscal promovida desde o início de seu mandato, em 2013. De acordo com ele, o saneamento das contas públicas permitiu conciliar o pagamento de servidores com o investimento em obras. Entre as principais vitrines de sua gestão está a construção do túnel Charitas-Cafubá, cuja inauguração está prevista para 15 de dezembro.

— É uma obra esperada há 40 anos, já tinha virado lenda urbana — ressaltou Rodrigo. — Conseguimos nos destacar num contexto econômico adverso. Todos os outros prefeitos da Região Metropolitana que disputaram o segundo turno foram derrotados. Agora, faremos outros reajustes financeiros para cumprir metas, como criar escolas de horário integral, principalmente nos bairros com menor índice de desenvolvimento, e pavimentar todas as ruas da Região Oceânica até 2018.

O primeiro ato do governo, no entanto, está voltado para a área de Segurança Pública. Numa reunião com o comando-geral da Polícia Militar, Rodrigo oferecerá recursos materiais e financeiros para que o 12º BPM dedique suas atividades exclusivamente a Niterói — hoje, o batalhão também é responsável pelo patrulhamento de Maricá.

— A Segurança é o principal problema da Região Metropolitana — avaliou. — O estado tem cometiApós do equívocos nesse setor. Vou oferecer R$ 4 milhões, 5 (milhões), 6 (milhões), o que for necessário.

O vice-prefeito Axel Grael (PV) assumirá a secretaria-geral do novo governo, que terá como objetivo coordenar o trabalho das principais pastas. Na próxima gestão, o cargo dele será ocupado por Comte Bittencourt (PPS). A três semanas do primeiro turno, Comte assumiu o posto de candidato a vice na chapa, porque Axel foi considerado inelegível devido a um processo por improbidade administrativa, por conta de despesas supostamente irregulares da época em que atuou como presidente da Fundação Instituto Estadual de Florestas.

Felipe Peixoto admite que o incentivo ao comparecimento dos eleitores, sua principal estratégia para o segundo turno, não foi bem sucedido. Foram mais de 148 mil votos em branco, nulos e abstenções, uma quantidade que supera até os votos conquistados por Rodrigo (130.348).

— Dependia que o eleitor mais esclarecido não faltasse, nem votasse nulo ou branco — lamentou Felipe. — Mas o alto índice de abstenções reflete uma insatisfação popular (com a atual gestão).

Para o prefeito reeleito, o elevado número pode ser considerada “natural”:

— Reflete o ambiente geral do país, sobretudo do Rio — analisa. — Existe uma desconfiança em relação às lideranças política. O prefeito deve estar próximo. Ele é um servidor da sociedade.

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