quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Para Alckmin, eleição mostra 'derrocada do PT' e encerra ciclo

• Governador de São Paulo diz que PSDB se destacou' em pleito do domingo, mas evita falar de projeto presidencial para 2018 durante agenda em shopping na zona leste

Juliana Diógenes - O Estado de S. Paulo

Dois dias após João Doria (PSDB) vencer a disputa à Prefeitura de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho do candidato eleito, disse que o resultado das eleições municipais encerra um ciclo e revela a "derrocada do PT". Para Alckmin, as urnas mostraram "revitalização" de algumas siglas, com destaque para o PSDB.

"O que chama atenção dessa eleição é que ela encerra um ciclo que começou com a questão do desequilíbrio fiscal, das denúncias e do impeachment, e mostra bem a derrocada do PT", afirmou o governador nesta terça-feira, 4, durante agenda na região de Aricanduva, na zona leste da capital. "De outro lado, mostra o fortalecimento e a revitalização de alguns partidos. Não só do PSDB, de vários. Mas o PSDB se destacou nesta eleição."

Ao ser questionado sobre as eleições presidenciais de 2018, Alckmin desconversou. O governador também não comentou as declarações do senador Aécio Neves (PSDB), presidente nacional do partido, que defendeu a realização de prévias. "O tema eleição presidencial está fora da agenda. Estamos em 2016. A eleição é só em 2018. Tudo tem seu tempo", afirmou Alckmin. Segundo o governador, o foco agora deve ser a retomada do emprego e a geração de renda.

Pressa. Sobre a eleição de Doria, Alckmin agradeceu à população. Segundo o governador, o resultado das urnas revela que o paulistano "tem pressa" por oportunidades. "Quero agradecer à população porque foi muito resoluta, (agiu) com muita firmeza. Acho que foi um recado forte: São Paulo tem pressa. Pressa em retomar o protagonismo, emprego, renda e oportunidade para a população", disse.

Na segunda-feira, 3, dia seguinte à eleição do tucano, o governador se reuniu com Doria, mas negou que tenha indicado nomes para a equipe da gestão municipal. "Não. Ontem tivemos a primeira reunião, mas só temas gerais. Cargo de confiança é do prefeito", afirmou. Para Alckmin, o prefeito eleito "vai saber escolher muito bem" o time de secretários e funcionários para a Prefeitura.

Liberdade. O governador disse que não defende a expulsão de lideranças do PSDB responsáveis por articular um grupo anti-Doria no partido, ao lançar um manifesto contrário ao tucano eleito. Os militantes são aliados do ex-tucano Andrea Matarazzo (PSD), que deixou o PSDB em março deste ano e afirmou que o processo de prévias foi “completamente contaminado pelo arranjo” de Doria. Matarazzo se filiou ao PSD e foi candidato a vice-prefeito de Marta Suplicy (PMDB).

Segundo Alckmin, os membros da legenda têm "liberdade" para manifestar opiniões contrárias. O governador pediu, porém, união no partido. "Em política, não se obriga, se conquista. Cada um tem liberdade de tomar suas atitudes. Queremos estar todos juntos para servir à população de São Paulo. A responsabilidade é muito grande e precisamos de todos nessa tarefa", afirmou.

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