sábado, 19 de novembro de 2016

Deputado diz ter ficado ‘impactado’ com o convite

• Freire defende que é preciso discutir ‘entraves’ na Cultura

- O Globo

Roberto Freire disse ao GLOBO que ficou “impactado” com o convite, e que ainda não havia conversado com o presidente Michel Temer. Ele afirmou que pretende falar também com o ministro demissionário Marcelo Calero:

— Para você pode não ter sido uma surpresa, mas fiquei impactado (com o convite). É preciso calma nesta hora. Aceitei o convite porque é responsabilidade de nós que participamos do impeachment (de Dilma Rousseff), contribuir com esse governo, fruto de nossa ação no Congresso.

O novo ministro afirmou que começa a gestão otimista:

— O próprio presidente já falou que há uma previsão de aumento de recursos para a área de cultura. Já é um sinal importante. Estamos vivendo no momento um processo de reformas. A sociedade exige isso. Na cultura também temos que discutir alguns entraves. Posso dizer que serei mais um integrado na equipe e trabalhando para ver esse governo encaminhar bem sua transição( para 2018), na maior normalidade institucional.

Freire havia sido convidado para a pasta em maio, antes de Temer decidir acabar com o MinC, e desconvidado em seguida. Cogitou-se, então, que ele assumisse uma Secretaria de Cultura, que seria criada dentro da estrutura do Ministério da Educação. Na época, o deputado chegou a conversar com O GLOBO para detalhar planos. Horas depois, negou o envolvimento.

SEIS MESES CONTURBADOS
Em 18 de maio, o diplomata Marcelo Calero era anunciado como secretário de Cultura, após diversos nomes recusarem a vaga, como Bruna Lombardi e Eliane Costa. Pouco depois, Temer voltou atrás na decisão de extinguir o MinC, e o diplomata se tornou o titular da pasta.

Em seis meses de gestão, o exministro celebrou a confirmação da Pampulha, em Belo Horizonte, como Patrimônio Cultural da Humanidade, e o prometido aumento de orçamento de Temer para a pasta, além de ser um forte defensor da Lei Rouanet, apesar de sustentar a necessidade de ajustes. Enfrentou também uma série de momentos conturbados e a oposição de parte da classe artística. Um dos episódios mais polêmicos foi quando exonerou cerca de 80 funcionários — o maior corte já feito na pasta (voltou atrás em relação aos da Cinemateca Brasileira). Além disso, quando prédios do MinC foram ocupados por manifestantes, disse que não os expulsaria, mas, dias depois, ordenou a reintegração de posse no Rio e em São Paulo. Antes, já havia causado polêmica ao criticar publicamente a equipe do filme “Aquarius” por ter protestado contra o impeachment de Dilma Rousseff no Festival de Cannes.

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