quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Almoço com PSD mostra trabalho para conseguir votos

Por Raphael Di Cunto e Fabio Murakawa | Valor Econômico

BRASÍLIA - Para conquistar votos dentro do Centrão e esvaziar as candidaturas do bloco, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), almoçará com deputados do PSD na segunda-feira. É um dos gestos mais ostensivos de enfraquecimento do grupo - no próprio PSD há um candidato, o líder Rogério Rosso (DF).

O futuro líder da legenda, Marcos Montes (MG), está ligando para os deputados da bancada para convidar para a reunião: "Estou conversando com todos e pedindo a anuência para avançar nas negociações. Estou chamando a bancada toda para ouvir as propostas dele."

Maia oferece à sigla a terceira ou quarta secretarias da Câmara, com responsabilidade sobre questões administrativas, além de espaço nas comissões e relatorias - postos negociados entre os partidos, mas sob a tutela do presidente. O PSD não abriu conversas com o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), o outro candidato do Centrão.

Apesar do gesto mais ostensivo de aproximação com Maia, o PSD tem candidato em plena campanha. Rosso, um dos integrantes do Centrão e que disputou a eleição para o mandato tampão, em julho, e foi derrotado no segundo turno. O atual líder, que pretende viajar hoje para Santa Catarina para pedir votos, disse não saber do almoço até o fim da tarde de ontem.

Maia também avançou para conquistar a oposição. O comitê central do PCdoB, que antes só autorizava conversas com a candidatura de André Figueiredo (PDT-CE), decidiu "abrir diálogo" com o atual presidente. O argumento é que a eleição desta vez acabará em um turno e, portanto, não cabe esperar uma segunda fase para declarar apoio ao candidato do DEM, como ocorreu em julho. Entre os 12 deputados da sigla, apenas dois foram contra o apoio a Maia.

A legenda espera negociar os critérios do acordo - como ajuda do presidente para flexibilizar a cláusula de barreira que os grandes partidos pretendem aprovar para eliminar as pequenas siglas.

O PT discutirá hoje e amanhã em São Paulo se integra a aliança com um "golpista", como acusa parte da legenda, ou se adere a uma candidatura da oposição para marcar território, mas sem chances de vitória. A iniciativa do PCdoB influenciará a decisão.

Enquanto isso, Maia e Jovair seguem em campanha pelo país. Na sexta-feira, o presidente visitará o Maranhão e, além de reunião com o governador Flávio Dino (PCdoB) e deputados, buscará a benção do ex-presidente José Sarney (PMDB).

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