sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

PT deve confirmar apoio a governista na Câmara

• Posição sobre a sucessão na Casa será definida nesta sexta pelo diretório

Catia Seabra | Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O presidente do PT, Rui Falcão, defendeu nesta quinta-feira (19), uma negociação com candidatos da base aliada do governo Temer à presidente da Câmara: Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Jovair Arantes (PTB-GO).

Numa reunião da Executiva nacional do partido, Falcão propôs a apresentação de uma pauta de reivindicações aos candidatos como condição para o apoio.

Para sustentar seu ponto de vista, Falcão alegou que o partido não tem condições de liderar um movimento de massa capaz de boicotar a sucessão no congresso. Participantes da reunião sinalizaram com a possibilidade de acordo com candidatos da base governista para a eleição do comando da Câmara e do Senado.

Mas, apesar de a declaração da maioria dos parlamentares presentes favoráveis a uma composição, a executiva decidiu delegar ao diretório nacional.

Horas antes da reunião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou unidade da bancada petista. Mas o partido não chegou a um acordo entre duas propostas de apoio a candidaturas de oposição ou uma composição com um candidato da base governista, que lhe garantiria uma cadeira no comando das duas casas.

Reunido com uma comissão de deputados, Lula disse que teme o isolamento do PT no Congresso Nacional caso o partido lance candidatura de oposição.

Na conversa, Lula se disse o "maior negociador de todos" e lembrou da importância da presença do partido no comando do Congresso. Um temor é que a candidatura de Jovair Arantes (PTB-GO) naufrague antes de qualquer decisão da bancada petista. Uma desistência de Jovair garantiria a vitória de Maia sem necessidade de um acordo com o PT.

Embora tenha se manifestado favorável a um acordo em suas conversas privadas, Lula foi cauteloso na reunião com o grupo de deputados, afirmando que o partido deve pesar a relevância de um cargo na direção da Câmara e do Senado.

Mais tarde, durante reunião da executiva, Lula disse que não iria se manifestar, pois estava lá para aprender.

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