terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Rodrigo Maia obtém apoio do PSB e PSD para reeleição na Câmara

Daniel Carvalho | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), obteve apoios nesta segunda (23) que consolidam seu favoritismo à a reeleição no próximo dia 2.

O PSB, sétima maior bancada com 34 deputados, anunciou oficialmente o voto nele.

Ainda informalmente, o PSD, com 37 parlamentares, também deve seguir o mesmo caminho. O gesto que praticamente exclui da disputa um dos seus adversários de Maia, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF).

Maia recebeu 15 dos 37 deputados do PSD para um almoço na residência oficial da presidência, em Brasília.

O anúncio oficial pelo líder da sigla, Marcos Montes (MG), está previsto para esta terça (24). Diante deste movimento, a expectativa agora é que Rosso saia da briga nos próximos dias para apoiar Jovair Arantes (PTB-GO).

Ambos integram o chamado "centrão", grupo de deputados controlado até o meio do ano passado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cassado pelos pares e hoje preso em Curitiba pela Lava Jato.

A avaliação nos bastidores da Câmara é que a vitória de Maia está cada vez mais consolidada, já que o quarto candidato, André Figueiredo (PDT-CE), tem remotas chances de vencê-lo.

Além do PSD, do ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações), e do PSB, Rodrigo Maia já conta com o apoio dos principais partidos da base do presidente Michel Temer, como PMDB, PSDB e DEM.

De oposição ao Planalto, PT e PC do B também já manifestaram intenção de reelegê-lo.

Rogério Rosso, derrotado por Maia na eleição em julho para o mesmo cargo, planeja convocar uma entrevista coletiva nesta quarta(25) para anunciar o futuro de sua candidatura. Os apoiadores Maia apostam que, com a provável saída dele, a eleição pode ser liquidada ainda no primeiro turno.

OFERTAS
De acordo com participantes da reunião do PSD com Maia, o acordo para apoiá-lo envolveu um "pacote" que inclui um lugar na Mesa Diretora, mais espaço físico para a liderança do partido na Câmara e a relatoria de comissões que ainda serão definidas. O PSD tem interesse, por exemplo, na comissão que vai tratar da reforma tributária, uma das principais apostas do governo Temer.

O partido pode entrar ainda na disputa pela indicação para a liderança do governo, responsável pela interlocução entre Planalto e deputados da base governista. Hoje, este posto é ocupado por André Moura (PSC-SE).

Apesar de ainda não estar definido, o PSD deve ficar com a terceira ou a quarta secretaria. O comando de cada uma delas permite indicar 33 pessoas para cargos comissionados na Casa.

A terceira secretaria, hoje com o PSDB, autoriza o reembolso das despesas com passagens aéreas e examina requerimentos de licença e justificativa de faltas. A quarta secretaria, atualmente com o PTB, cuida dos apartamentos funcionais.

'SINTONIA'
De acordo com o líder Marcos Montes, os 15 deputados que participaram do encontro gostaram da conversa. "Tem sintonia [entre a bancada do PSD e Rodrigo Maia], principalmente com as posições de retomada de valores e na linha da governabilidade", afirmou.

Pessoas próximas a Rosso dizem que ele pretende cobrar do partido uma explicação sobre o incentivo para que lançasse a candidatura, no fim de 2016, e a mudança de posicionamento atual.

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