sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Temer nomeia Imbassahy como ministro da Secretaria de Governo

• Presidente também recriou dois ministérios e ampliou o escopo da Pasta da Justiça

Igor Gadelha e Tânia Monteiro | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer (PMDB) assinou nesta tarde, 2, a nomeação do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) como ministro da Secretaria de Governo. A escolha do tucano foi acertada no fim de 2016 e fez parte da negociação para reeleger o Rodrigo Maia (DEM-RJ) como presidente da Câmara. Em troca da pasta, os tucanos desistiram de lançar candidatura própria e decidiram apoiar o parlamentar fluminense.

Imbassahy substituirá o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que deixou o cargo em 25 de novembro, após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de o ter pressionado para liberar a construção de um edifício residencial em que comprou um apartamento em Salvador.

A nomeação de Imbassahy e outras medidas anunciadas nesta tarde - como a criação do Ministério dos Direitos Humanos e mudanças nas atribuições do Ministério da Justiça, que passa a se chamar Ministério da Justiça e da Segurança Pública, e recriação da Secretária-Geral, que será ocupada por Moreira Franco -, segundo o porta-voz do presidente, Alexandre Parola, têm como objetivo "aprimorar as condições de governança, buscar maior eficiência e melhorar a gestão pública".

"O Presidente Michel Temer está nomeando o deputado Antonio Imbassahy para ocupar a Secretaria de Governo da Presidência, com as atribuições de conduzir o diálogo com o Congresso Nacional, para votar as reformas do governo federal, fundamentais para a retomada do crescimento de nossa economia", disse na mensagem.

Ainda não está definido quando será a posse do deputado tucano na pasta. Caso exista alguma cerimônia, ela deve ocorrer na semana que vem. Na sexta-feira, 3, Temer deve ir a São Paulo para conversas em torno de sua escolha para o nome do substituto do ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Porteira". O imbróglio envolvendo o chefe de gabinete da Secretaria de Governo, Carlos Henrique Sobral, ainda não está dissipado. Enquanto peemedebistas "batiam o pé" para manter o ex-assessor especial do presidente cassado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na pasta antes comandada por Geddel, os tucanos faziam a exigência de receber a pasta de "porteira fechada", ou seja, com todos os cargos.

Num dos últimos acertos feitos, Sobral ficaria trabalhando para o irmão do ex-ministro, o deputado Lúcio Vieira Lima, que com o apoio do Planalto acreditava que iria conquistar a primeira vice-presidência nas eleições desta quinta, 2,, mas não foi nem para o segundo turno. Com essa "reviravolta", auxiliares do presidente dizem não saber o que será feito. "Acho que vai ter que esperar o novo ministro chegar", afirmou uma fonte.

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