terça-feira, 28 de março de 2017

Fachin só vai derrubar sigilo das delações da Odebrecht no mês que vem

Ministro do STF irá divulgar sua decisão sobre pedidos de Janot em bloco

Carolina Brígido | O Globo

-BRASÍLIA- O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), só vai derrubar o sigilo da delação dos 78 executivos da Odebrecht a partir de abril. A informação é da assessoria de imprensa do tribunal. Também foi informado que Fachin vai divulgar todas as decisões em bloco — sobre os pedidos de arquivamento, aberturas de inquérito, fim do sigilo e também a redistribuição a outras instâncias do Judiciário de indícios encontrados contra pessoas sem direito ao foro especial.

Há duas semanas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao STF 83 pedidos de abertura de inquérito contra ministros e parlamentares. Também foram enviados ao gabinete de Fachin 211 casos nos quais a PGR encontrou indícios de irregularidade contra pessoas sem direito a foro no Supremo. O relator deverá encaminhar o material aos tribunais inferiores para análise.

NOVE MINISTROS ESTÃO NA LISTA
Janot também solicitou sete arquivamentos e 19 outras providências — que podem ser, por exemplo, operações de busca e apreensão. No total, foram enviados ao STF 320 pedidos. Todos eles dependem de decisão de Fachin. O material é extenso e está distribuído em 11 caixas de plástico.

Na lista de pedidos de abertura de inquérito há nove ministros do governo Temer: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), Marcos Pereira (Desenvolvimento) e Blairo Maggi (Agricultura). Dois outros nomes ainda não são conhecidos. Os pedidos de abertura de inquérito no STF atingem ainda políticos de vários partidos. O presidente do PSDB e senador Aécio Neves (MG) é o que tem contra si o maior número de inquéritos. Segundo pessoas com acesso às investigações, contra Aécio são seis pedidos de inquérito. Já o ministro Padilha estaria em três pedidos de investigação.

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