quarta-feira, 5 de julho de 2017

Relator apresenta parecer a favor da indicação de Raquel Dodge

Senador cita atuação de subprocuradora em investigação do mensalão do DEM

Jailton de Carvalho, O Globo

-BRASÍLIA- O senador Roberto Rocha (PSB-MA) protocolou ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado parecer favorável à indicação da subprocuradora-geral Raquel Dodge ao cargo hoje ocupado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Num texto de cinco páginas, Rocha menciona como pontos altos da carreira de Raquel a atuação dela na Operação Caixa de Pandora, investigação sobre o mensalão do DEM, nos processos criminais contra o exdeputado Hildebrando Pascoal.

O relatório deve ser lido hoje, votado na próxima semana na CCJ e, em seguida, no plenário do Senado. Raquel foi indicada para chefiar o Ministério Público Federal (MPF) pelo presidente Michel Temer na última quartafeira, logo depois da divulgação da lista tríplice do MPF.

Para senador, nome tem ‘amplo apoio’ da categoria

Nas eleições da semana passada, Raquel ficou em segundo na lista tríplice

O senador Roberto Rocha (PSB-MA) argumentou também em seu parecer protocolado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que o nome do subprocuradora-geral Raquel Dodge conta “com amplo apoio” da categoria. Nas eleições da semana passada, Raquel ficou em segundo lugar na lista tríplice do Ministério Público Federal.

A atuação de Raquel Dodge na Operação Caixa de Pandora, motivo de elogio do senador, também é alvo de críticas. Colegas da subprocuradora lembram que ela demorou dois anos, a partir do encerramento das investigações pela Polícia Federal (PF), para fazer uma denúncia contra o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

O ex-governador do DF é apontado como chefe do esquema de compra de arrecadação e distribuição de propina entre políticos do grupo político dele. Três anos depois, a denúncia foi fatiada em 16 ações, sem maiores consequências para Arruda.

“Quanto ao currículo da Srª. Raquel Dodge, somos obrigados a confessar que, diante de tantos fatos relevantes, de tantos aspectos notáveis de sua atuação profissional e acadêmica, somos obrigados a fazer um resumo dos aspectos mais importantes, o que ainda assim exige enorme esforço de síntese”, escreveu o senador em seu parecer.

CARREIRA ACADÊMICA
Rocha também destacou em seu parecera carreira acadêmica da subprocuradora, que fez mestrado em Harvard, nos Estados Unidos, em 2007. “Ainda em terras estrangeiras, foi laureada em Harvard (2006-2007) com a Gammon Fellowship, comenda que distingue a melhor dissertação de mestrado no âmbito daquela reconhecida Universidade”.

Raquel ficou em segundo na lista tríplice do Ministério Público Federal (MPF). O primeiro colocado foi o supro curador geral Nicola o Dino, que acabou preterido. O presidente Michel Temer indicou Raquel um dia depois de se reunir num jantar com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes — também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro seria um dos principais apoiadores da candidatura da subprocuradora.

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