terça-feira, 12 de setembro de 2017

FH: Alckmin é o primeiro da fila, mas vaga não está garantida

Ex-presidente não se comprometeu com o governador ou com João Doria para 2018

Sérgio Roxo | O Globo

-SÃO PAULO- O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, apesar de ser o “primeiro da fila”, não tem garantido o posto de candidato a presidente da República pelo PSDB, ano que vem. Em entrevista após participar de um almoço promovido pelo Lide, grupo empresarial que pertence ao prefeito de São Paulo, João Doria, FH foi questionado sobre a declaração do presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), de que o governador paulista é o primeiro da fila.

— Ele (Tasso) deve estar se referindo ao seguinte: o Geraldo está há mais tempo na vida político-eleitoral. Nesse sentido, é o primeiro da fila. Isso quer dizer que tem o lugar já garantido? Não.

O ex-presidente também defendeu que a prévia para a escolha do candidato à Presidência da República do PSDB seja realizada até o começo do próximo ano.
— É preciso levar em consideração que os partidos precisam de tempo para fazer campanha. O limite máximo é março — afirmou.

FH acredita que tanto o modelo defendido por Doria, com base no desempenho das pesquisas, como o defendido pelo governador paulista, de prévias, devem ser levados em consideração na hora da escolha do candidato.

BICADAS TUCANAS
Na semana passada, a disputa entre o prefeito e o governador pelo posto de candidato do PSDB teve o seu ápice. Doria chegou a declarar que poderia sair do partido para disputar as eleições. Já Alckmin, ao ser questionado sobre o prefeito, disse que “se não for para falar bem, é melhor não falar nada”.

Antes da entrevista, em sua palestra no almoço, ao lado de Alckmin e Doria, chamados de “queridos amigos”, Fernando Henrique pregou a união para a eleição do próximo ano.

— Que todos possamos fazer o que é essencial: unirmo-nos. Se não nos unirmos, os riscos são da demagogia, de uma de uma narrativa falsa que possa embalar a todos nós. Mas diante dos líderes aqui presentes (ele olha para Doria e Alckmin), eu confio que eles serão capazes de se unir e nos unir.

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