quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Segue o jogo | Vera Magalhães

- O Estado de S.Paulo

É exagerada a grita com a decisão, natural, de Raquel Dodge de criar seu próprio grupo de trabalho para coordenar as ações da Procuradoria-Geral da República concernentes à Lava Jato. Se já não fosse o normal em transições de poder o novo titular se cercar de profissionais de sua confiança, nesse caso também as recentes revelações da atuação de um braço direito de Rodrigo Janot, Marcello Miller, para orientar uma delação já recomendariam uma troca da guarda.

O GT de Janot tinha procuradores de amplo histórico no combate à corrupção, como Janice Ascari, conhecida de operações como Anaconda e a que resultou na prisão do juiz Nicolau, do TRT de São Paulo, e outras jovens promessas do MPF, como o chefe de gabinete Eduardo Pelella.

Da mesma forma, Raquel Dodge reuniu nomes de vasta experiência em investigação criminal – como a “xará” Raquel Branquinho, Marcelo Oliveira e Alexandre Espinosa – e outros jovens, com em média cinco anos de exercício. Marcelo Oliveira foi “parceiro” de Daniel Salgado, da equipe de Janot, na Operação Monte Carlo, que investigou o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Logo, não há um “muro” entre os dois times.

Ademais, a própria dinâmica da Lava Jato, asseguram procuradores que saem e que entram, impede que se jogue na “retranca”: basta lembrar que Janot, antes da primeira lista de políticos investigados, de 2015, era acusado de ser lento e hesitante, e tinha contra si a desconfiança até da força-tarefa de Curitiba. Depois “pegou no tranco”, criou o GT da Lava Jato (estrutura que será mantida) e acabou acelerando demais, até a derrapada da reta final.

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