terça-feira, 28 de novembro de 2017

PSDB chega a acordo, e Alckmin assumirá sigla

Talita Fernandes, Gustavo Uribe, Joelmir Tavares / Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, BRASÍLIA - Depois de um longo dia de conversas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu na noite de domingo (26) que concorrerá à presidência do PSDB.

Antes de anunciar que disputará o cargo, o tucano espera uma conversa conjunta com os dois postulantes pela presidência: o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador Marconi Perillo (GO). O anúncio pode ser feito ainda nesta segunda-feira (27), para quando está previsto um encontro entre os três, em São Paulo.

A Folha apurou que Alckmin convidou Tasso e Perillo para um encontro às 20h30 desta segunda. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que participou das conversas ao longo do domingo, também estará presente.

O primeiro sinal positivo veio de Tasso, conforme antecipou o Painel, com quem o governador paulista conversou na última quinta-feira (23). Ele aguardava um encontro com Perillo para saber se o goiano também abriria mão de disputar o comando do partido, o encontro aconteceu na noite de domingo em São Paulo.

Alckmin quer uma conversa conjunta com os dois para "aparar arestas". Sua candidatura é vista como a única saída para unificação do partido, diante disso, ele quer evitar que essa unidade se dê apenas "da boca para fora".

No início da tarde, em evento em São Paulo, o governador desconversou.

"Pode [ser meu nome ou] pode ser outro também", afirmou o tucano, esquivando-se da pergunta sobre eventual candidatura para a direção da sigla. Ele foi questionado sobre o tema em seminário promovido pela revista "Veja".

Alckmin disse que há dois candidatos, Tasso e Perillo, e que Fernando Henrique "fez um apelo por unidade no partido".

Segundo o governador, haverá um encontro para discutir a situação.

Alckmin também se esquivou diante da pergunta sobre sua pré-candidatura a presidente da República em 2018.

Evasivo, disse que há outros nomes no partido, como o do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e o do prefeito de São Paulo, João Doria, que "ainda não disse que não pretende" concorrer ao Planalto.

PARTIDO RACHADO
O PSDB está rachado diante das divergências em torno do apoio do partido ao governo Michel Temer e às medidas defendidas por ele.

A ala liderada por Tasso adota uma postura mais contundente de críticas ao governo e propõe que o partido faça um discurso de "mea culpa", criticando a prática de troca de cargos por apoio político.

Já a candidatura de Perillo foi costurada com o apoio do senador Aécio Neves (MG), licenciado da presidência do PSDB desde que se tornou alvo da delação da JBS, em maio deste ano.

Alckmin considera a postura adotada por Tasso como "radical" e temia que o tom de críticas levasse o PSDB a um "isolamento" em 2018. Atento às movimentações partidárias, o tucano já vislumbra alianças com outras legendas, buscando fortalecer sua candidatura.

Por outro lado, também não agravada 100% o paulista a candidatura do governador goiano.

ELEIÇÕES
Ao se tornar presidente nacional da legenda, Alckmin fortalece sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018, cargo para o qual é favorito entre os tucanos.

A costura para que o partido chegue unificado à convenção, tira do caminho do governador paulista um cenário que poderia levar a um palanque dividido no ano que vem. O racha interno geraria uma perda de apoio de uma das duas alas do PSDB.

A convenção do PSDB está marcada para 9 de dezembro. Na data será definido o comando do partido pelos próximos dois anos, incluindo o período eleitoral.

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