quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Lula rejeita 'radicalismo', mas defende 'influência' do Estado na economia

Cristiane Agostine | Valor Econômico

SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem declarações de analistas que preveem um governo revanchista caso ele venha a ser eleito em 2018. "Eu não vou ser mais radical, não tenho cara de radical e nem o radicalismo fica bem em mim. Eu tô mais sabido", disse Lula a um grupo de jornalistas convidados para um café da manhã em São Paulo.
Em entrevista que durou 2h30, Lula fez um desenho de como seria seu eventual terceiro mandato. Ele voltaria a adotar uma política de valorização do salário mínimo, porque em sua opinião "não é o salário mínimo que causa inflação". Prometeu federalizar o ensino médio e isentar do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos.

Reafirmou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, porque aprendeu com a mãe que "só se gasta o que se tem". Sobre a reforma da Previdência, disse não ver problema em fazer ajuste. O problema, afirmou, foi colocar a aposentadoria rural no orçamento da Previdência e não no da União.

Atacou o governo Temer, por estar vendendo estatais: "Eles poderiam ser sócios da Casas Bahia, só pensam em vender, vender, vender". Para ele, o Estado não pode perder a capacidade de ter influência nas decisões econômicas: "O Estado não é neutro, o Estado é indutor".

Lula reafirmou sua inocência e acrescentou: "Só tem uma atitude digna que eles podem tomar, que é a de me inocentar por três a zero", no dia 24. Sugeriu que o PT não faça aliança com partido que apoiou o impeachment de Dilma, mas fez uma ressalva: isso não vale para eleições estaduais.

Lula rechaça radicalismo e prega Estado forte
Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não teme ser preso, reforçou que recorrerá a todas as instâncias do Judiciário para disputar a Presidência da República em 2018 e afirmou que não está mais radical do que já foi. "Não tenho cara de radical nem o radicalismo fica bem em mim. Tô mais sabido". A cerca de um mês para o julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, do caso do tríplex em Guarujá (SP), o ex-presidente demonstrou bom humor e afirmou que a Justiça "não pode impedir um velhinho com tesão de 20 anos de ser candidato".

Ontem, Lula recebeu jornalistas em seu instituto, em São Paulo, e conversou por duas horas e meia em um café da manhã (leia aqui a entrevista na íntegra). Ao lado do coordenador-geral de seu programa de governo, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), o ex-presidente fez um rascunho do que poderá ser um eventual terceiro mandato. O petista defendeu a retomada da política de valorização do salário mínimo, o papel do Estado como investidor e indutor do crescimento, a expansão do crédito, a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos e a federalização do ensino médio. Lula defendeu a responsabilidade fiscal e disse que aprendeu em casa, com sua mãe, a não gastar mais do que tem.

Durante a entrevista, o petista criticou o presidente Michel Temer por "vender" o patrimônio público e comparou o governo do emedebista às Casas Bahia. Apesar das críticas a Temer, Lula não descartou alianças nos Estados com o PMDB em 2018.

A seguir, trechos da entrevista.

Julgamento do TRF-4
"Como é que podem tentar evitar que um velhinho de 72 com energia de 30 e tesão de 20 seja candidato? Não é possível. É tanta coisa boa junta que eles têm que deixar."

"Estou muito tranquilo para o dia 24 [de janeiro]. Estarei candidato, se o partido quiser que eu esteja candidato. No fundo o partido é que vai decidir até o dia que uma instância diga que eu não posso ser candidato."

"A minha vontade é ter um atestado de inocência no dia 24. Se não for, vou recorrer contra isso aí, porque eu não vou passar para a história como um inocente condenado."

"A minha condenação será a negação da Justiça, porque a Justiça vai ter que fazer um esforço monumental para transformar uma mentira em verdade. A sentença de Moro, aos olhos de diversos juristas dentro e fora do Brasil, é quase que uma piada. Para um cidadão ser condenado é preciso que ele tenha cometido um crime. Tenho desafiado a Polícia Federal, o Ministério Público a mostrarem uma única prova."

"Só tem uma atitude digna que eles podem tomar, que é a de me inocentar por três a zero"

"Se eles, por acaso, contra toda a lógica do processo, ainda assim cometerem a barbaridade jurídica de me condenar, tenho 'n' recursos para fazer e vou continuar viajando o Brasil, vou continuar mostrando que este país tem conserto."

"Tenho a certeza absoluta de que o que vai vencer é a inocência de um ser humano que só tem um problema nesse momento: tem mais chance de ser presidente do que os outros."

"Vou ser inocentado de todos [os processos]. Espero que a Justiça seja rápida e justa."

"Como réu, não vou ficar participando de manifestações."

Prisão
"Não penso [em ser preso]. Preso só pode ir quem cometeu crime."

Lava-Jato e Judiciário
"[Deltan] Dallagnol não tem tamanho para fazer o que está fazendo. Deveria ser exonerado a bem do serviço público. Não é possivel alguém ganhar tanto do Estado para contar a mentira que ele contou".

"Depois do papelão do [Rodrigo] Janot com Joesley [Batista] está provado o que é aquilo. Não pode dar muito destaque a quem não tem biografia. Biografia é coisa que exige respeito e você conquista biografia com trabalho e não com mentira. É por isso que não vou ser preso. Para ser preso eles precisam provar alguma coisa. É mais fácil eu provar que eles mentiram do que eles falarem que cometi um crime."

"Penso que meus acusadores vão ficar ridicularizados."

"Se não acreditar na democracia, se não acreditar na Justiça, vou propor ao povo o que, a luta armada? Só quero que os homens que componham a Justiça façam jus ao que eu acredito sobre a Justiça."

Plano B e vice
"Quem vai ser candidato a vice, se vai ter outro candidato, tudo isso tem o momento certo. Eu tenho sempre que tomar cuidado porque o vice não pode ser mais importante do que o presidente. O vice não pode ser mais velho do que eu, porque a natureza é implacável e tem que estar sempre com o olho na sabedoria de alguém com perspectiva de vida mais longa do que eu. E o vice tem que ser alguém que você confie."

"Quando fui candidato pela primeira vez os caras queriam que eu montasse o ministério antes para dar confiança do mercado. Agora vou escrever carta ao povo brasileiro, mas não como foi em 2002, que foi para o mercado [financeiro]. Agora é para o povo mesmo. Quem me deve satisfação é o mercado, não sou eu que devo satisfação a eles. Esse mercado injusto nunca me agradeceu com o tanto que ganhou."

Promessas de campanha
"Vamos voltar a ter uma política de valorização do salário mínimo. E não é o salário mínimo que causa inflação. Nós provamos isso. Depois não aceito que ninguém vai dizer para mim sobre responsabilidade fiscal porque isso eu tenho de sobra. Aprendi com uma mulher analfabeta: só gasta o que você tem e só faça dívida que você possa pagar. Eu não preciso de palpite de banqueiro não."

"Tenho a ideia de federalizar o ensino médio, de quem ganha até cinco salários mínimos não pagar imposto de renda. Quem vai pagar são os mais ricos."

"Se eu for eleito, os mais pobres vão ter mais uma vantagenzinha. Vai voltar a comer peito e coxa de frango, comprar picanhazinha no domingo, fazer viagenzinha de avião"

Privatizações
"Você não pode ser governante e pensar em vender. Tudo o que vende, está vendendo para pagar dívida. Quando acabar você não tem um patrimônio do Estado, está zerado. Todo mundo sabe que eu sou contra o Estado empresarial, e não é de hoje. Colocar um cara com estabilidade, que só vai sair daquela cadeira no fim da vida, para gerenciar uma empresa é muito ruim. Mas o Estado não pode perder o seu papel de pensar estrategicamente qual a parte do Brasil que deve receber uma universidade, uma indústria, um centro de pesquisa, uma escola técnica."

"A incapacidade [do governo Temer] de pensar aumentou a sede mercadológica deles. Eles poderiam ser sócios da Casas Bahia: só pensam em vender, vender, vender, não têm noção do significado do que foi a retomada da indústria naval do país. Tratam a Petrobras como se fosse uma empresa de petróleo. A Petrobras é mais do que uma empresa de petróleo. É uma empresa de gás, é uma industria que tem muita força na indução de pesquisa, no setor de petroquímica."

Papel do Estado
"O Estado pode pensar e induzir que um banco de desenvolvimento como o BNDES possa garantir esses investimentos."

"Vejo a imprensa fazer um estardalhaço com o nível da dívida pública brasileira. Nos EUA a dívida pública é de 107% do PIB. Alemanha, da França, do Japão, todos cresceram na crise, porque os Estados resolveram colocar recursos para acabar com a crise. Não estou dizendo que é fácil, mas tem outras formas de fazer a economia crescer. O Estado não pode perder a sua capacidade de ter influencia nas decisões econômicas do país. O Estado não é neutro. O Estado é indutor."

"Se elaborar uma política econômica e estou sem dinheiro pra fazer investimento, posso me endividar, utilizar o compulsório, uma parte de reservas, usar R$ 200 bilhões nos serviços de infraestrutura para o Brasil voltar a ser competitivo."

"Tem que voltar com crédito, com investimento do Estado. Somente quem não quer é aqueles que querem que o Estado trabalhe só para pagar para eles, que é o sistema financeiro. Vamos ser francos: está na hora de o sistema financeiro começar a ganhar dinheiro investindo na produção. (...) O Estado tem que ter noção do papel dele."

Previdência
"Não tem problema fazer um ajuste, através de uma negociação com trabalhadores, com Estado, com empresários, e aí fazer uma adequação entre a receita e a despesa. O problema é que quando nós criamos na Constituição de 1988 a aposentadoria para os trabalhadores rurais, nós arrumamos o dinheiro. Acontece que [Pedro] Malan introduziu a ideia de botar o dinheiro da Previdência no Orçamento da União como se fosse a mesma coisa. Briguei muito com Guido [Mantega] pra tirar."

CLT
"Se precisar fazer ajuste na CLT, contrato coletivo de trabalho, faz. O que não pode é destruir o marco legal que dá sustentabilidade aos mais fragilizados e achar que o trabalhador e o empresário vão estabelecer na mesa de negociação a normalidade social. Não é verdade. No Brasil tem meia dúzia de sindicatos com capacidade de negociar livremente. O restante não tem. Espero que todos prestem atenção no significado do trabalho intermitente na sociedade brasileira."

Reforma tributária
"Por que o povo pobre tem que pagar mais imposto de renda do que o povo rico? Por que o rentismo não paga imposto de renda sobre o que ele ganha? Por que a gente não pode começar a pensar em uma política tributária em que as pessoas mais humildes paguem menos e os mais aquinhoados paguem mais. Por que não coloca em prática a questão do imposto sobre as grandes heranças no Brasil? Parece radicalidade, mas não é. Vamos mostrar muitas coisas boas que tem na Inglaterra, EUA para afazer. Não é de Cuba."

Credibilidade na economia
"A minha chance de ganhar agora é porque está visível ao povo que eu posso consertar o país. Tem uma coisa na economia, para ela dar certo é preciso que quem esteja falando de economia tenha credibilidade diante da sociedade. Há um misto de cumplicidade entre a seriedade do que você está falando e a seriedade do que você está fazendo."

Radical
"O que tenho dito para as pessoas é: eu não preciso ser candidato para fazer o que eu já fiz. Aí é bobagem. Quero fazer outro. Eu não vou ser mais radical... Estão dizendo que vou ser mais radical... Eu não tenho cara de radical nem o radicalismo fica bem em mim. Eu tô mais sabido."

"Quero governar esse país dizendo que o povo pobre vai subir mais um degrau na sala social. A sala da casa grande vai ficar mais próxima da maior parte da população."

Alianças
"[O PT] Não deve se aliar com partido que se alinhou ao impeachment. Agora essa coisa é muito teórica também, porque temos que saber a realidade de cada Estado, de cada cidade. Como é que [Fernando] Pimentel, lá em Minas Gerais, vai abrir mão do PMDB, que lhe defende o tempo inteiro? Como vai abrir mão de uma aliança com o PSB na Paraíba? De uma aliança com o Requião no Paraná? Temos que ver, caso por caso."

"É quase impossível imaginar fazer aliança com o PMDB em nível nacional. Mas tem alguns casos que podem ter alianças. Pode ser Estado por Estado."

"O PT sabe que vai ter que construir alianças políticas para governar. Um partido que tem um candidato mais conhecido do que nota de dez reais como eu não precisa fazer aliança política pensando em tempo de televisão. Mas temos que saber que o Congresso tem 81 senadores e que precisa ter maioria. Que a Câmara tem 513 e você precisa ter 247. Esse é o jogo."

"Não adianta ser tão puro na avaliação política e na hora que pergunta: 'quantos deputados você tem' aí diz que não tem nenhum. Aí a pessoa fala: 'tem que negociar com o povo'. Mas o povo não está lá dentro [do Congresso] para negociar."

"Sinceramente não posso aceitar que a Dilma tenha dado a força que deu ao [Gilberto] Kassab e ele a traiu forma mais vergonhosa como traiu. Não é nem o fato de trair, mas o fato de não ter coragem de entregar uma carta para Dilma. É o fato de não ter a grandeza, aquele Agnaldo [Ribeiro], que era ministro das Cidades falar para a presidente: 'olha, estou pedindo desculpas, estou me afastando'. Não. Era o fato da mentira. Lembro que tinha uma discussão e falavam que o Kassab tinha três votos com o temer e dois com a Dilma. Eu dizia: 'porra, esse cara tem dois ministérios e dá mais voto para Temer do que para Dilma e vocês estão felizes?' Com esses caras realmente não há motivo para fazer aliança."

Ciro Gomes
"O problema do Ciro não é que os ataques podem me prejudicar, mas prejudicam a ele. Quando Ciro tiver a minha idade vai perceber que nem tudo o que a gente pensa a gente pode falar. Quando pensa uma bobagem, não fala. Não custa nada."

"Acho que a construção da aliança tem que se dar no segundo turno, durante a campanha. Ciro tem direito de ser candidato, é figura inteligente, mas a inteligência tem que ser utilizada para ganhar as eleições, é preciso ter cuidado com as palavras."

"Em 2010 queria que ele fosse candidato a governador em São Paulo. Tive conversa com Eduardo Campos, filiamos o Ciro aqui. A primeira coisa que ele fez quando desceu no aeroporto foi dar um cacete no PT. O que aconteceu? PT lançou Aloizio Mercadante. Quando o Ciro tomar decisão de ser candidato de verdade, ele tem que saber que o que a gente fala pesa muito contra a gente mesmo. Ele jamais vai me ver fazer qualquer ofensa a ele."

Jair Bolsonaro
"Bolsonaro vai até onde o povo quiser que ele vá. Sinceramente não vejo como fazer campanha destilando ódio. A urna é lugar de depositar esperança, não de depositar ódio."

"Bolsonaro tem 49 anos de deputado e tenta passar a ideia de que não é político. Eu só tive um mandato de quatro anos e desisti de ser deputado, mas sou político. Ele com a cara de pau de ter sete mandatos e ter um filho com mandato, sobrinho, tio... É quase um partido e fala: não sou político."

Maluf
"Quando Haddad era candidato a prefeito em 2012 eu estava com câncer, inchado e foram me tirar de casa para uma fotografia com Maluf. Eu achava que era necessário [a aliança com o PP de Maluf] sobretudo porque o Haddad ia ter dois minutos a mais na televisão e quando a gente não é muito conhecido ajuda para caramba. Mas nunca me perdoei por aquela foto porque achava que não precisava."

Propina
"Muito do dinheiro de empresário que está fora [do país] é de evasão fiscal. Agora o que ficou mais cômodo para os empresários? Dizer que era propina. 'Tinha que dar, fui achacado, fui pressionado, não sei quem me pediu, Lula me pediu'. É mentira. Eu acho que na verdade eles estavam era montando patrimônio no exterior. Esse país é fantástico porque fizemos MP para lavar dinheiro roubado. Não trouxeram, só legalizou."

Condução coercitiva
"Acho um absurdo esse negócio da coerção. É um atentado à democracia. Você pode ter coerção se for convidado e não comparecer, aí manda buscar. Daí não convida e acorda o cidadão às 6h e o show de pirotecnia é tanto, que quando vai na casa do Sergio Cabral, Geddel e encontra dólar, faz um Carnaval. Agora quando vai à minha casa e não encontra porra nenhuma, devem ter pelo menos a honra de dizer que não encontrou nada. 'Desculpa, Lulinha'. Não fizeram. Então eu não vou morrer enquanto eles não me pedirem desculpas."

"Se tem uma coisa que tenho de sobra é caráter. Não vou permitir que um juiz me chame de ladrão, ou um promotor. Tem que ter uma prova para me chamar de ladrão. Se não tiver, se pegar essa gente toda e fundir numa prensa não dá uma pessoa mais honesto que eu. Eles mexeram com homem honesto e é isso que vai me fazer brigar com eles até o fim da minha vida. Vamos ver quem vai vencer essa história."

Referendo revogatório
"A gente vai ter que discutir seriamente um referendo revogatório ou uma Constituinte. Rasgaram a nossa Constituição e fizeram outra. A elite que perdeu a Constituinte de 1988 já fez uma nova Constituição."

Dilma
"Houve um momento muito delicado quando Dilma apresentou reforma [da Previdência]. Aquilo foi um choque, aquela parte da sociedade que entrou por último na campanha no segundo turno, o pessoal mais à esquerda, mais jovem tomou um choque, ficou assustado porque dizia que não ia fazer reforma e começou a fazer. Não estava previsto, causou dissabores dentro do PT, no movimento sindical e leva tempo para recompor a crença das pessoas. Isso facilitou os adversários a bater na gente, chamando de estelionatário. Nosso povo na porta de fábrica chamando de traidor. Pagamos esse preço. Em política eu tenho uma dosagem de pragmatismo muito grande. Aprendi muito cedo a diferença de que em política não se pode colocar em prática a teoria sem testá-la antes. Às vezes comete erro e não tem tempo de recuperar."

Política externa
"Nossa política externa vai voltar a ser para que o Brasil seja protagonista de política internacional. O Brasil tem que dar importância a si mesmo. Pode ser a sexta economia do mundo, interferir para que o Conselho de Segurança seja mudado, que tenha gente da América Latina, da África, da Índia. Brasil tem que se impor nas discussões. Será política proativa e será muito forte com nossos aliados, América do Sul, América Latina, com a África e Brics, que têm que ter mais interferência nas decisões do mundo."

"Acredito que se nós ganharmos as eleições no Brasil vários países da América do Sul voltarão a ter candidatos progressistas nas próximas eleições. Poderá acontecer da mesma forma que teve com o viés de direita: vai ter um viés de esquerda."

"Tenho muito mais clareza da importância da relação do Brasil com nosso continente do que tinha época. A máquina burocrática brasileira ainda é muito pró-americana. (...) O Brasil não vai ser rico nunca cercado de pobres. Os vizinhos têm que ser ricos também. Tem que compartilhar crescimento com parceiros. É assim que vai ser nossa relação outra vez com a nossa querida América do Sul."

"Acho que a única diferença que tem entre a Cristina [ Kirchner] e nós é que o adversário da Cristina foi eleito pelo voto direto do povo e aqui não. É a única diferença. Acho que Cristina está sendo vítima de perseguição. Muito semelhante ao que estamos sendo vítima no Brasil. Está acontecendo também em El Salvador, é coisa muito latino-americana. É muito esquisita essa sofisticação do comportamento da judicialização e da polícia na América Latina."

"Cristina pode voltar. Ela tem quantos anos? 62? Está nova. É uma muchacha, uma niña. Ela só tem que falar com eu. Tenho 72, com a energia de 30 e tesão de 20. Se ela falar isso, vai"

Namoro
"Não (estou namorando). Não tem necessidade. Tenho milhões e milhões de namorados e namoradas Brasil afora. Estou com a célebre frase do Garrincha. Quando perguntavam se ele era alegria do povo, ele dizia: 'Eu não sou a alegria do povo, mas o povo é a minha alegria'. Nesse momento o povo brasileiro é a minha alegria, a minha razão de vida. "

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