“Do ponto de vista democrático, o recente ciclo das esquerdas latino-americanas no poder, entre elas o petismo, não foi particularmente entusiasmante. Em seu conjunto, em grau maior ou menor, não souberam dirigir-se a toda a sociedade, ao optarem por uma ideia substantiva de democracia, hostil à dimensão que reputam “meramente” formal, fazendo-a acompanhar por estratégias discursivas fortemente divisivas, próprias de percursos já cumpridos, sem êxito, no passado. (...)
A política democrática requer que tais ideias extremas sejam paulatinamente postas nas margens da arena pública. No rigor do termo, são excêntricas e constituem tentativas desastradas ou de retorno a um passado mítico de lei e ordem, ou de fuga para um futuro com mais igualdade (admitamos para fins de argumentação), mas, certamente, menos liberdade. Derrotá-las é o desafio que a vasta e variada área dos democratas deve continuamente se impor.”
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* Luiz Sérgio Henriques é tradutor, ensaísta e um dos organizadores das ‘Obras’ de Gramsci. ‘As duas faces da nossa miséria’, O Estado de S. Paulo, 17/12/2017.
Querido, Luiz Sérgio Henriques. O problemático é que tenhamos que optar entre o "bolivarianismo" e o "neoliberalismo". A despeito da crítica que façamos ao bolivarianismo pra mim um canto de cisne da Terceira Internacional. Entre ele e o neoliberalismo. Fico com Lula e a Venezuela.
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