sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Padilha fala em Hartung como possível presidenciável

Por Raphael Di Cunto e Cristiane Bonfanti | Valor Econômico

BRASÍLIA - Sem nomes fortes para representar o governo Temer em 2018, o núcleo palaciano lançou mais um balão de ensaio para figurar na lista de possíveis presidenciáveis da base governista: o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (MDB). Antes cotado apenas para o posto de vice, o emedebista foi alçado à condição de cabeça de chapa pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista à rádio CBN.

"Ninguém é candidato a vice. Essa declaração do ministro Padilha torna pública uma conversa que era tratada a miúde no PMDB e o credencia [Hartung] a participar do debate presidencial", diz o deputado federal Lelo Coimbra (MDB-ES), ex-vice de Hartung e um dos mais próximos ao governador no partido.

Segundo Padilha, Hartung figura numa lista de outros políticos de destaque dos partidos da base aliada que poderiam concorrer à Presidência em 2018 para defender o "legado" do governo Temer com apoio de uma forte coligação. Os outros seriam o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Meirelles, que trabalha para ser o candidato, contudo, não empolga os demais partidos pelo perfil técnico e imagem de pouco apelo popular. Maia tem dito que sabe que não tem votos suficientes para uma empreitada nacional e que é candidato à reeleição a deputado federal e à presidência da Câmara.


Hartung surgiria por ser um dos principais quadros que o MDB tem a apresentar - é governador em terceiro mandato - e pelo ajuste nas contas do Espírito Santo, num discurso de austeridade fiscal afinado com o do Planalto. A candidatura, porém, é vista com restrições fora do MDB. Ele tem pouco relacionamento com os outros partidos da base e é conhecido apenas em seu próprio Estado, o 15º em população (4 milhões de habitantes).

Os aliados mais próximos de Temer dizem que o candidato principal continua sendo o próprio presidente, mas que isso depende de uma conjunção de fatores: crescimento exponencial da economia e, principalmente, melhora na aprovação do governo, que é o com pior imagem desde a redemocratização.

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