terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Tucano volta a defender palanque único em São Paulo

Alckmin reafirma que candidatura do vice Márcio França (PSB), que assume o governo em abril, é ‘legítima’

Gilberto Amendola / O Estado de S. Paulo.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a afirmar, ontem, que o ideal seria que os partidos da sua base tivessem apenas um candidato ao governo de São Paulo neste ano. “O que tenho defendido é que se nós pudermos ter um palanque único é melhor”, disse Alckmin em encontro com jornalistas no Palácio dos Bandeirantes.

Conforme mostrou o Estado, para fortalecer seu projeto presidencial, Alckmin já admite a possibilidade de o PSDB perder o comando de São Paulo depois de 24 anos chefiando o Executivo. Neste caso, os tucanos abririam mão da cabeça de chapa pela primeira vez na história do partido para apoiar a reeleição do vice-governador, Márcio França (PSB), que assume o governo em abril quando Alckmin terá de se desincompatibilizar do cargo para se dedicar à candidatura à Presidência.

Para o governador, apesar das dificuldades de PSDB e PSB aceitarem uma candidatura única, a questão seria de “conversar” e de “aproximação”. “É natural que o PSDB, que é o maior partido e está no sexto governo, tenha candidato próprio, mas nunca se deve, em uma negociação, colocar uma precondição. Se nenhum dos partidos abrir mão, teremos dois, três palanques”, disse o tucano.

Alckmin voltou a afirmar que a candidatura de França é legítima. E elogiou o vice, que, segundo ele, tem ajudado “enormemente” o governo. Segundo Alckmin, não haveria mudança na política de governo com sua desincompatibilização.

Decisão. O governador, presidente nacional do PSDB, ponderou, no entanto, que a decisão final sobre a candidatura ao governo será tomada pelo diretório estadual. No sábado, o prefeito João Doria disse que a hipótese de o PSDB não ter candidato próprio “é zero”. “Como membro do PSDB, eu posso afirmar, como prefeito de São Paulo, que o PSDB terá candidato ao governo do Estado de São Paulo. Não há a menor hipótese de o partido que ocupa o governo há tantos anos abrir mão dessa condição para quem quer que seja, inclusive para pessoas qualificadas como o vice-governador Márcio França”, afirmou Doria.

Além de Doria, outro prefeito tucano, o de São Bernardo do Campo, reagiu à articulação de Alckmin. Orlando Morando, que é ligado a Doria, disse que “o PSDB não ter candidatura própria seria prova de que esse atual governo foi ruim”.

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