quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Vera Magalhães: Deixa rolar

- O Estado de S.Paulo

Por ora, o ensaio de emancipação do DEM não preocupa o quartel-general de Geraldo Alckmin. No PSDB, os arroubos presidenciais de Rodrigo Maia são vistos como uma tentativa legítima de os parceiros se posicionarem numa futura e provável aliança.

Aliados do governador paulista enfatizam que as relações entre as duas siglas nunca estiveram tão boas nos bastidores.

Alckmin esteve ontem em Brasília e tem estreitado laços com interlocutores democratas, como seu secretário Rodrigo Garcia, muito próximo do xará presidente da Câmara, e o ministro Mendonça Filho (Educação), vice dos sonhos do tucano.

Além disso, os tucanos veem uma utilidade prática na movimentação de Maia: ela serviria para colocar um obstáculo às investidas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, este sim visto como alguém mais disposto a encarar uma candidatura alternativa à de Alckmin pelo chamado centro político.

Pelo lado do DEM, a ordem é continuar enfunando as velas da candidatura de Maia ao menos até o fim de fevereiro, quando ocorre a convenção partidária, que foi adiada ontem a pedido do próprio Maia.

O fôlego para que o partido insista no discurso da independência em relação aos tucanos vem do fato de Alckmin não ter decolado nas pesquisas, algo que motiva setores do mercado e partidos como PP e SD a colocarem pilha no deputado.

Maia deverá discursar como candidato na convenção. Justamente por isso pediu o adiamento: não quer que sua pretensão política atrapalhe a votação da reforma da Previdência, marcada para 19 de fevereiro.

NOVA DIREÇÃO
DEM não muda de nome, e ACM Neto assume comando

O Democratas arquivou a ideia de entrar na onda de retrofit que acomete os partidos brasileiros e não vai mais se chamar Mude!. “Se outros partidos enrolados na Lava Jato adotaram esse recurso, não faria sentido fazermos o mesmo, pareceria que estamos tentando nos esconder”, explica um dirigente. O martelo também foi batido para que o prefeito de Salvador, ACM Neto, assuma a presidência da legenda.

‘AREIA MOVEDIÇA’
PT teme sequência de más notícias para Lula

Longe das redes sociais e da mobilização política para o dia 24, petistas temem que Lula seja tragado por um efeito “areia movediça”, com uma sucessão de derrotas judiciais: logo depois do julgamento do TRF-4, acreditam, deve vir a segunda condenação pelo juiz Sérgio Moro, na ação sobre o sítio de Atibaia. E depois a homologação da delação de Antonio Palocci. Essa sequência de derrotas, no entender de aliados e adversários, mina o discurso de que não há provas contra o petista.

FANTASMA
Ordem no Planalto é não se indispor com Jefferson

O Planalto reconhece o desgaste com a proibição, pela Justiça, da posse da nova ministra do Trabalho, Cristiane Brasil, mas a ordem é manter a designação. “O último partido que comprou briga com o Roberto Jefferson vimos a confusão que deu”, diz um auxiliar presidencial.

‘REGRA DE OURO’
Ministro levou ‘pito’ por inabilidade política

Michel Temer advertiu o titular do Planejamento, Dyogo Oliveira, pela forma como negociou a revisão da “regra de ouro”, que proíbe emissão de dívida para pagar despesas correntes, sem pensar nas consequências políticas às vésperas da votação da reforma da Previdência.

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