terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Alta do IBC-Br projeta PIB de até 3,85%

‘Prévia do PIB do BC’ apura expansão de 1,04% em 2017, o que levaria a crescimento entre 1,93% e 3,85% este ano, segundo estimativas

Fabrício de Castro | O Estado de S. Paulo  

BRASÍLIA - Após três anos de retração, a atividade econômica brasileira voltou a crescer em 2017 e em velocidade que indica expansão mais vigorosa para este ano. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) fechou o ano passado com alta de 1,04%, a primeira desde 2013, conforme dados divulgados ontem pelo próprio BC. Considerado uma espécie de “prévia do BC” para o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia ao longo dos meses.

O indicador mostrou números melhores no fim do ano passado, sugerindo que a economia pode crescer mais do que consenso atual de especialistas consultados semanalmente pelo BC, por meio do boletim Focus, de alta de 2,80%. Os economistas reconhecem que a disputa eleitoral e o cenário fiscal trazem incertezas, mas no sentido de limitar um avanço ainda maior. As estimativas de 27 instituições consultadas ontem pelo Projeções Broadcast vão de 1,93% a 3,85%.

Apenas em dezembro, o indicador do BC avançou 1,41% em relação a novembro, na série já livre de efeitos sazonais, passando de 137,50 pontos para 139,44 pontos. Foi o quarto mês consecutivo de alta. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o PIB do ano passado em 1º de março.

Além de mostrarem o início da recuperação da economia em 2017, como vinha destacando o governo nos últimos meses, os números do IBC-Br indicam que a retomada será mais robusta em 2018. O economista Alexandre Schwartsman, da Schwartsman & Associados, afirmou que o IBC-Br surpreendeu positivamente e, em 2018, o indicador pode avançar entre 3,5% e 4,0%. Já o PIB tende a ficar próximo de 3%. Segundo ele, o crescimento verificado em dezembro e em todo o ano de 2017 gerou um carry-over (carregamento) de 2,3% para este ano: “Ou seja, mesmo que a atividade permaneça parada em todos os meses de 2018, a comparação entre a média mensal deste ano e a média mensal registrada em 2017 indicaria crescimento de 2,3%.”

O economista Rodolfo Margato, do banco Santander, avaliou que a recuperação da atividade está mais disseminada.

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