sábado, 3 de março de 2018

PSB aprova resolução sobre não formalizar apoio a nenhum dos atuais presidenciáveis

Partido analisa liberação de alianças nos estados e apoio às candidaturas de esquerda

Patrícia Cagni | O Globo

BRASÍLIA — Uma resolução aprovada pelo PSB em seu congresso nacional nesta sexta-feira afirma que a sigla "não deve formalizar o apoio a nenhum dos atuais pretendentes" que disputam a Presidência da República e pede "muito cuidado" para avaliar o eventual lançamento de uma candidatura própria.

"Os signatários deste documento entendem que o partido não deve formalizar o apoio a nenhum dos atuais pretendentes e examinar com muito cuidado a possibilidade de lançarmos uma candidatura própria", diz a moção, apresentada ao congresso pela senadora Lídice da Mata (BA).

O texto destaca a posição do partido contra a reforma da Previdência e pela revogação das mudanças trabalhistas realizadas pelo Congresso. Lídice explicou ao GLOBO que o texto foi estruturado pelo diretório estadual da Bahia e que a moção também define os parâmetros para as alianças estaduais a serem definidas até o pleito de 2018. De acordo com a senadora, o partido deve concorrer a dez cargos nos Executivos estaduais.

— Existem três posições a serem analisadas pelo partido: a não candidatura própria, a liberação dos estados para fazerem as alianças próprias e o apoio às candidaturas no campo da esquerda. Candidatos que sejam contra as privatizações da Eletrobras, Petrobras e Banco do Brasil. Sempre aqueles que mais se aproximam do pensamento político do PSB — destacou.

A resolução aprovada nesta sexta-feira pelo congresso da legenda ainda será debatida pelo diretório nacional — que terá nova composição formada neste sábado, último dia do evento, realizado em Brasília. A senadora alegou que, com a janela partidária em aberto, foi difícil aprofundar e amadurecer qualquer posicionamento sobre as eleições na reunião desta tarde.

— O mês de março, com essa coisa de filiação, termina interferindo nos debates. Tem estados que têm candidato entrando, em outros, tem gente saindo. É necessário olhar como isso tudo vai ficar — ponderou a parlamentar, acrescentando: — Ainda tem muitos delegados que defendem candidatura própria, mas todos entendem que ainda está muito cedo para tomar qualquer decisão definitiva.

PSB E PSDB
A posição do partido cria obstáculos para as tentativas de aliança estre o PSB e o PSDB, uma vez que a sigla tucana é defende as reformas da Previdência e Trabalhista, por exemplo. Em São Paulo, o diretório estadual pleiteava o apoio da sigla à candidatura do atual governador do estado, Geraldo Alckmin, à Presidência da República. Além disso, o PSDB também havia sondado o atual governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, do PSB.

A senadora acredita ser pouco provável qualquer aproximação do partido com a sigla tucana. Para Lídice, o PSDB não "está apoiando" o PSB e, portanto, "não teria sentido exigir um sacrifício" da legenda.

— O PSDB não está apoiando o PSB, não teria sentido exigir um sacrifício desse. Significaria algo muito grande para o conjunto do partido (tucano) no país — avaliou.

Em fevereiro, o PSB chegou a apresentar algumas exigências para apoiar a candidatura de Alckmin. Entre as condições impostas estaria o apoio do partido tucano aos candidatos que vão concorrer os governos estaduais pelo PSB.

Parte dos dirigentes do partido alega que essas alianças serão formadas de maneira independente da aliança nacional.

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