sábado, 7 de abril de 2018

Associações de imprensa repudiam ataques a jornalistas

- O Globo 

Equipes foram hostilizadas enquanto cobriam manifestações pró-Lula

Associações de imprensa emitiram ontem uma nota conjunta de repúdio às agressões sofridas por jornalistas que faziam a cobertura de manifestações pró-Lula, após a decretação da prisão do ex-presidente pelo juiz Sergio Moro. Equipes do “Correio Braziliense”, do SBT e de “O Estado de S.Paulo”, e um fotógrafo da Reuters foram agredidos em momentos diferentes da mesma noite.

Em Brasília, cerca de 30 manifestantes avançaram sobre um carro do “Correio Braziliense”, em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e quebraram um dos vidros. Uma repórter, uma fotógrafa e o motorista estavam no veículo. Ninguém ficou ferido. A equipe do jornal registrou ocorrência.

Ainda na capital federal, um manifestante ameaçou e cercou uma equipe do SBT, composta por um cinegrafista e uma produtora. Um fotógrafo da Reuters também foi hostilizado e teve de deixar o local e interromper a cobertura do protesto convocado pela CUT em defesa de Lula.

Em São Bernardo do Campo, o fotógrafo Nilton Fukuda, da Agência Estado, foi atingido com ovos ao registrar manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para onde o ex-presidente se dirigiu no início da noite da última quinta-feira.

COBRANÇA DE INVESTIGAÇÕES
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) consideraram os episódios de “violência injustificável e covarde”, que “decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística, que é de levar informação aos cidadãos. Além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada”.

As entidades destacaram que “a liberdade de imprensa e o direito à informação são básicos na sociedade democrática, e estão sendo desrespeitados pelo autoritarismo dos agressores. Todos aqueles que prezam a democracia precisam se colocar contra esses lamentáveis episódios e se mobilizar para que não voltem a ocorrer. Sem jornalismo, não há democracia”.

A ABERT, a ANER e a ANJ se solidarizaram com os profissionais e as empresas vítimas das agressões e hostilidades e cobraram a apuração dos fatos pelas autoridades responsáveis, “com a punição dos agressores, nos termos da lei”.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou em nota, em que repudiou as agressões e hostilidades.

“A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto. Impedir jornalistas de exercer seu ofício é atentar contra a democracia. Os autores devem ser identificados e punidos”, defendeu a Abraji.

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