terça-feira, 17 de abril de 2018

Márcio França defende chapa com Alckmin e Barbosa para a Presidência

Candidato à reeleição em São Paulo, França afirma que trabalhará para que o PSB una os dois nomes

Géssica Brandino, José Marques | Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O governador de São Paulo Márcio França (PSB) defendeu a formação de uma chapa entre Geraldo Alckmin (PSDB), de quem é sucessor, e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB) para a Presidência.

Segundo ele, neste momento Alckmin é o mais preparado para ocupar o Planalto, mas o partido decidiria até julho se Barbosa se tornaria vice-candidato na chapa do tucano ou disputaria sozinho.

"O fato de ele [Barbosa] querer entrar para a política e de colocar o nome dele à disposição do partido é uma honra para nós. Agora decidir se vai ser candidato a presidente ou vice-candidato a presidente é uma coisa que a gente vai fazer mais à frente, de acordo com o andar da carruagem", afirmou, após evento no Ministério Público de São Paulo.

França, que diz ter se encontrado com o ex-ministro apenas uma vez, afirma esperar que a aliança aconteça em "regime de conciliação".

A primeira vez que o governador defendeu Barbosa na chapa de Alckmin foi na manhã desta segunda (16), em entrevista à Rádio Bandeirantes. Ele afirmou que pretende convencer seu partido até as convenções de julho, nas quais são oficializados os nomes para as eleições, a unir os dois nomes.

“Quem sabe até lá não convenço o nosso partido de trabalhar para o Alckmin e quem sabe encontrar um jeito de juntar a figura importante, carismática do ex-ministro Joaquim Barbosa ao governador Alckmin. Seria uma grande chapa, fabulosa. Juntaria uma pouco da novidade, a altivez, altitude moral do Joaquim Barbosa —que não é um político, mas é muito querido— com Alckmin."

Barbosa aparece no Datafolha com 10% das intenções de voto.

França comentou os números da pesquisa Datafolha na disputa pela Presidência, que mostram o tucano alcançando apenas 8% do eleitorado. “Me parece injusto. Convivi com esse moço por sete anos e posso garantir que nunca convivi com alguém tão idôneo. Exemplar e rigoroso com ele próprio. Quando as pessoas pedem por alguém ser correto, esse alguém é o Alckmin. Gostaria muito que São Paulo reconhecesse Alckmin como o melhor candidato”, afirmou à rádio.


O governador disse que Alckmin é prejudicado pela indefinição de alianças partidárias, mas fez questão de afirmar várias vezes que o pré-candidato do PSDB é aquele que apresenta as qualidades que o Brasil precisa: segurança e estabilidade.

Sobre a possibilidade do ex-prefeito João Doria tentar se colocar como candidato à Presidência, França voltou a dizer que seu rival na disputa pelo governo do estado não tem palavra. “Quem não tem palavra, pode tudo”, disse. Segundo ele, Doria não pode ficar especulando, pois isso é ruim para Alckmin.

Chamado por Doria de “Márcio Cuba”, o governador chamou a atitude de criancice e disse não ter problemas com ele, mas com o fato de não ter cumprido o mandato de prefeito para o qual foi eleito. França disse ter ido à casa do tucano e dito a ele que sua situação era frágil.

Durante a tarde, França participou da cerimônia que reconduziu Gianpaolo Smanio como procurador-geral do Estado. Ele classificou pesquisa Datafolha que o colocou com 8% das intenções de voto como um "excelente começo".

"Se você levar em consideração que eu tinha 3% no último Datafolha, eu cresci mais de 200%, e o principal é que só 9% do estado me conhece. Se só 9% me conhece e 8% vota em mim, é porque eu estou com poucos inimigos, poucos adversários", riu.

"Mais cedo ou mais tarde as pessoas vão acabar querendo saber quem é Márcio França pelas atividades que eu tenho como governador", acrescentou, ao ser questionado como trabalharia para aumentar o conhecimento da população a respeito do seu nome.

SEGURANÇA
Pela manhã, França também respondeu a questionamentos dos ouvintes sobre a discussão em torno da transferência da Polícia Civil da alçada da Secretaria da Segurança Pública para a pasta da Justiça. O governador disse que a mudança dependerá dos integrantes da categoria e da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Sobre a declaração após tomar posse de que a polícia poderia ser mais eficiente se não atendesse a tantas brigas domésticas, França disse que não se referia a “brigas de casal”, exemplificando que a PM é chamada para resolver desde brigas no bar a crises de esquizofrenia e problemas de usuários de drogas com a família, o que na avaliação dele expõe o policial desnecessariamente. O governador defende que esses casos sejam direcionados para agentes sociais, que fariam o trabalho de modo mais apropriado.

França defendeu ainda a ampliação do acesso de jovens ao ensino universitário por meio de cursos à distância, uma marca que pretende deixar caso reeleito, e anunciou que o governo fará macroanel por fora do Rodoanel.

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