sábado, 21 de abril de 2018

País cria 204 mil empregos com carteira no primeiro trimestre

Em março, foram geradas 56 mil vagas formais. Rio teve só 247 contratações

Geralda Doca | O Globo

BRASÍLIA - O país criou 204.064 empregos com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, informou ontem o Ministério do Trabalho. No mesmo período de 2017, o resultado foi bem diferente: foram fechados 64.378 postos. Apenas em março, o mercado formal de trabalho registrou saldo positivo de 56.151 vagas — terceiro mês consecutivo de alta. O Rio, embora tenha interrompido uma sequência de resultados ruins, registrou apenas 247 contratações no mês passado e não acompanhou o desempenho nacional favorável. Nos primeiros três meses do ano, o estado perdeu 12.335 empregos.

Dos 92 municípios fluminenses, 52 continuaram demitindo de janeiro a março deste ano. No ranking das cidades que mais demitiram estão: Rio, com saldo negativo de 4.213 postos; Duque de Caxias, onde foram fechadas 3.935 vagas; Niterói, que perdeu 1.977 empregos; e São Gonçalo, com menos 1.650. Por outro lado, entre os municípios que mais contrataram estão Macaé, que respondeu por 1.069 contratações, seguido por Itaperuna, Petrópolis, Resende e Itaguaí.

SERVIÇOS PUXARAM MELHORA
Embora o resultado do mercado formal de todo o país em março tenha sido o melhor para o período nos últimos três anos, o saldo ficou abaixo dos registrados em janeiro, de 77.822, e fevereiro, 61.188. Para especialistas, isso pode ser demonstração do ritmo lento de retomada da atividade.

No mês passado, os empregos foram puxados pelo setor de serviços, que registrou saldo positivo de 57.384, sobretudo nos segmentos de comércio e administração de imóveis, ensino, transporte e comunicação. A indústria de transformação ficou em segundo lugar, com 10.450 contratações, seguida pela construção civil, com 7.728 postos, e pela administração pública, com mais 3.660 vagas. Já a agropecuária fechou 17.827 postos por causa de fatores sazonais no cultivo de soja, no Mato Grosso, e de frutas (laranja), em São Paulo e Minas Gerais.

O setor de serviços também lidera o ranking das contratações no primeiro trimestre deste ano, com saldo positivo de 175.670 postos. Em seguida, estão indústria, com 76.273, e construção civil, mais 21.209. Na agropecuária e no comércio, as demissões superaram as admissões entre janeiro e março.

De acordo com o Caged, os estados que mais ofereceram oportunidades de emprego foram São Paulo, que registrou saldo positivo de 30.459; Minas Gerais, que respondeu por 14.149; e Rio Grande do Sul, com mais 12.667. Entre os estados que mais demitiram estão Pernambuco, Alagoas e Mato Grosso.

As contratações de trabalhadores intermitentes (por hora de serviço) — modalidade de emprego criada pela reforma trabalhista — somaram 3.199 vagas em março, contra 2.091 em fevereiro. Os desligamentos por acordo entre patrões e empregados, outra novidade da legislação, também subiram de 11.118 para 13.522 no período.

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