segunda-feira, 21 de maio de 2018

Opinião do dia: Friedrich Hegel (1770-1831)

De resto, não é difícil ver que o nosso tempo é um tempo de nascimento e passagem para um novo período. O Espírito rompeu com o mundo de seu existir e de seu representar que até agora subsistia e, no trabalho da sua transformação, está para mergulhar esse existir e representar no passado. Na verdade, o Espírito nunca está em repouso, mas é concebido sempre num movimento progressivo. Mas, assim como na criança, depois de um longo e tranquilo tempo de nutrição, a primeira respiração - um salto qualitativo – quebra essa continuidade de um progresso apenas quantitativo e nasce então a criança, assim o Espírito que se cultiva cresce lenta e silenciosamente até a nova figura e desintegra pedaço por pedaço seu mundo precedente. Apenas sintomas isolados revelam seu abalo. A frivolidade e o tédio que tomam conta do que ainda subsiste, o pressentimento indeterminado de algo desconhecido, são os sinais percussores de que qualquer coisa diferente se aproxima. Esse lento desmoronar-se, que não alterava os traços fisionômicos do todo, é interrompido pela aurora que, num clarão, descobre de uma só vez a estrutura do novo mundo.
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Friedrich Hegel foi um filósofo alemão. É, unanimemente, considerado um dos mais importantes e influentes filósofos da história. A Fenomenologia do Espírito (Prefácio), p. 10, Abril Cultural, 1985. Escrito no ano 1807. A descrição tem em vista a passagem de cultura, após a Revolução Francesa.

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