quinta-feira, 28 de junho de 2018

Em busca de aliados, Alckmin deve deixar convenção para último momento

Encontro pode ficar para agosto à espera de partidos como DEM, PP e PRB

Cristiane Jungblut | O Globo

BRASÍLIA - Com dificuldades para fechar alianças com outros partidos, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, deve deixar a convenção nacional da sigla, destinada a referendá-lo como o nome tucano ao Planalto, para os últimos dias do calendário eleitoral. Inicialmente planejada para ocorrer no dia 21 de julho, a reunião pode ser marcada para o dia 28 do mesmo mês ou até para 4 de agosto. O ex-governador de São Paulo é o presidente nacional da legenda.

A escolha da data, segundo integrantes da cúpula tucana informaram ao GLOBO ontem, passou a depender do avanço das negociações com os partidos do chamado centrão — DEM, PP, PRB e Solidariedade —, agrupados em torno do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ainda resistiriam a apoiar a pré-candidatura de Alckmin.

— O mais provável é que seja no dia 28, salvo se as alianças avançarem antes — disse um integrante do comando da campanha.

O prazo final da legislação eleitoral para as convenções e escolha dos candidatos é 6 de agosto. Diferentemente da eleição de 2014, quando o lançamento oficial da campanha de Aécio Neves ocorreu em Brasília, o PSDB deve fazer seu encontro para referendar Alckmin em São Paulo.

Na próxima semana, o pré-candidato tucano, que enfrenta desconfianças sobre seu potencial eleitoral até mesmo dentro do PSDB, terá um encontro considerado crucial para a conquista do apoio desse bloco de partidos do centrão. Integrantes do DEM, PP, PRB e Solidariedade vêm fazendo uma espécie de leilão de apoio nas últimas semanas. Além do encontro marcado com Alckmin, os líderes do centrão já estiveram com os pré-candidatos Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos) e Flávio Rocha (PRB).

A menos de um mês do prazo das convenções de julho, o pré-candidato do PSDB diz ter o apoio de quatro partidos — PSD, PTB, PV e PPS. O desafio é atrair para a aliança o DEM, aliado tradicional dos tucanos, e as demais siglas do centrão.

As dificuldades no PSDB ficaram evidentes na esvaziada festa de comemoração dos 30 anos de fundação da legenda, na terça-feira, em Brasília, em que a ausência das principais lideranças tucanas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ofuscou a presença de Alckmin e seus aliados.

Em sua passagem por Brasília, Alckmin reforçou as conversas com integrantes do DEM. Ele se reuniu com o senador José Agripino (DEMRN), que defende a aliança com o PSDB. No encontro, Alckmin ouviu que integrantes do DEM e de outros partidos de centro ainda duvidam de sua viabilidade eleitoral.

— Somos antigos amigos. Disse a ele que o partido estava dividido. Mas ele tem grandes preferências dentro do DEM — disse Agripino ao GLOBO. 

REJEIÇÃO PREOCUPA 
O partido de Agripino encomendou uma pesquisa para medir o potencial eleitoral dos pré-candidatos e agora está preocupado com o alto índice de rejeição registrado por Alckmin. Os defensores da candidatura tucana argumentam que a aliança deve ser consumada e que o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação de Michel Temer, tem de ser indicado para ocupar o posto de vice de Alckmin. Por enquanto, Mendonça é candidato ao Senado.

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